segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Arctic Monkeys - Suck It and See! [2011]

Os macacos árticos hoje em dia são minha rocker band favorita. Por isso, faço menção honrosa por aqui do seu quarto disco, lançado em 06 de junho deste ano, no Reino Unido.

Suck It See demonstra uma mistura entre uma revitalização do começo da carreira da banda com as nuâncias de Humbug, seu terceiro disco. É visível que os garotos de Sheffield não são mais menininhos dando ares a sua potência criativa de forma um tanto quanto leve e irresponsavél. O pesar do anos e do status que a banda alcançou em tanto tempo faz seu reflexo durante o álbum. Como qualquer ser vivo em evolução, uma banda também passa por um progresso em determinado sentido, consequência inata dos próprios seres que a formam.

Após My Favorite Worst Nightmare, o grande disco do Monkeys até então, Alex Turner resolveu experimentar outros ares para compor. E nisso, Humbug é explícito, as variações de estilo são parte da tentativa em explorar novos sentidos, com letras profundas e extremamente truncadas para alguém com um inglês britânico tão fraco quanto eu.

O disco deixou como grande vestígios a bela 'Crying Lithning' e a 'storytelling' 'Cornerstone', onde Turner exerce com maestria a figura de compositor, inserindo em um disco tão polivalente uma balada com toda a caracterização Dylan, para mostrar a história de um cara que procurava em todas as mulheres a figura da amada perdida.

Confesso que fiquei feliz pela tomada de rumo desse disco, me senti incomodado com o último, e achava que a banda tinha um pouco se perdido. Para minha felicidade, Suck It See mostra uma nova retomada e maturidade dos macacos, trazendo o pop conciso e feito de forma simples à tona. Com grande aparição, está o baixo de Nick O´Malley, talvez o membro mais contido da turma, exercendo uma força pulsante em todas as faixas. Mas, sem dúvida seu começo foi muito bem premeditado, com a belíssima 'She´s Thunderstorm'.

A voz cada vez mais soturna de Turner aliada aos riffs participativos de Jamie Cook, que de às vezes tão inusitados, parecem intrometidos, mas, nada que tire a bela sequência do disco. É assim que ele lança, a segunda grande música do disco, 'The Hellcat Spangled Sha la la', que apesar do refrão 'Sha la la', com toda a pinta dos 'Iê-iê-iê' dos anos 60, tem uma sonoridade de provocar qualquer rebolado a partir de seu segundo refrão.

Um disco com um ótimo nível, e que anuncia a racionalização de uma banda com tanto potencial, que parece ter qualidade em permear qualquer segmento musical. Go, Arctic!

01- She´s Thunderstorm
02- Black Treackle
03- Brick By Brick
04- The Hellcat Spangled Sha la la
05- Don´t Sit Down 'Cause I´ve Moved Your Chair'
06- Library Pictures
07- All My Own Stunts
08- Reckless Serenade
09- Piledriver Waltz
10- Love is A Laserquest
11- That´s Where You´re Wrong
12- Suck It and See!

Link: http://www.4shared.com/file/yi2SuYzA/Arctic_Monkeys_-_Suck_It_And_S.htm


sábado, 8 de outubro de 2011

Tibério Azul - Bandarra [2011]

Quase não apareci em Agosto e passei todo o mês de Setembro sem aparecer por aqui. Uma pena. Feliz aqueles que vivem da arte, seja serviço dela ou a partir dela. Eu, mero espectador, não tenho tanta sorte. Tenho inúmeras atividades além de pegar a arte pela mão, e sair para uma volta e meia de conversa.

Mas, comemorando, já chego com a estréia de duas novidades:
1- Quem quiser aderir ao incrível Facebook, curte lá: http://www.facebook.com/pages/Pensador-Praticante/285060574844959

2- O lançamento de Bandarra.

Bandarra? WTF? o que seria? Bandarra é o lançamento solo de Tibério Fonseca, o popular Tibério Azul, da extinta Mula Manca e a Fabulosa Figura e do vivinho da silva, Seu Chico. Segundo o Priberam, é um substantivo masculino, sinônimo de profeta e adivinho.

Tenho apreço pelas bandas especialmente em seu surgimento, quando nascem, comem muita poeira, crescem e ganham milhares de fãs. Tá, quando se tem milhares de fãs, eu já começo a achar que a graça se perdeu. Por isso, vivi o nascimento da Mula Manca e a Fabulosa Figura, do Seu Chico e com muita expectativa esperava por um álbum como Bandarra.

Tibério sempre foi um jovem propenso a criações poéticas, e isso, quando adere a música, cria uma mistura tão leve e deliciosa como um bom bolo de fubá da vovó. Isso, que é trazido por meio de seu primeiro disco. Por mais que adore música, sinto uma necessidade que ela caia de joelhos perante as palavras, que a fonética, mais do que nunca, permeie a harmonia de uma canção. Não existem músicas para uma letra, a letra determina a existência de um conglomerado de sons, porque, a escrita, quando é aliada a música, impõe sua soberania.

Francisco Buarque de Holanda, o maior compositor desse país, considera a grande arte de um compositor deixar de lado suas experiências pessoais e emocionais sobre uma determinada temática para viver o deleite da inocência ao compor. O amor sem percalços, os ideais sem obstáculos, a vida de uma forma como não é vivida, essa abstração que dá o leve gosto que transforma o próprio ouvinte em um sonhador naquelas poucas linhas que chegam aos seus ouvidos.

E é assim, que Bandarra aparece, um disco leve e propenso a frases apaixonadas que retratam de forma simples o sabor de viver, de amar e de viver com quem se gosta. O nascimento do artista, como o próprio Tibério transparece no clipe de 'Veja só', a necessidade da aceitação que um copo vazio, mesmo um copo vazio, é cheio de ar, por isso, merece profundidade necessária para sua contemplação.

Assim, é também com um disco, não se necessita burlar conceitos mercadológicos nem empresariais, a idéia da canção não é falar por cifras, é falar por sentimentos, e esse disco de estréia, cumpre bem seu papel.

Bem-vindo a carreira individual, Tibério Azul, que outros Bandarras venham, de uma forma tão grata para os ouvidos, quanto este.

01- Vamos Ficar Sol
02- Veja Só
03- De Onde Eu Sou
04- Trabalho
05- Alquimista Tupi
06- Abóbora (vinheta)
07- Lá Em Casa
08- Quando Maria fundou o Carnaval
09- Mais Sabe o Sol
10- Bandarra

Link (crédito a Musicoteca): http:*//www.amusicoteca.com.br/*?file_id=1197