terça-feira, 12 de julho de 2011

James Blunt - Some Kind Of Trouble [2010]

O Leoni britânico. Após o sucesso estrondoso de Back To Bedlam, Blunt lançou em 2007 seu segundo cd, intitulado All The Lost Souls. Um disco com composições mais sérias e pesadas, que embalou temas de amor nas novelas pela Globo afora.

A música é sobretudo, uma produção cultural individual que acaba ultrapassando limites e alcançando uma coletividade. Discos representam pra mim mais do que um punhado de faixas se exercitando durante 40 a 50 min, são como seres que repassam e refletem a carga por trás de composições pra minha vida e pra muita gente nesse planeta água.

Por ter essa ligação tão forte com coisas que outros compõem, com violões, pianos, guitarras e doses de whisky, é que a minha vida pode seguir do jeito que segue. Afinal, como diria o pernambucano Chinaman, eu sou aquilo que consumo.

A partir do segundo disco, Blunt percebeu a inócua relação que se cria entre uma artista e seu hit ao passar dos anos, 'You´re Beautiful' tocou nas rádios, da Guiana Francesa a Madagascar. Não que não fosse uma ótima composição, claro que era, mas, com os anos precisamos deixar pra trás coisas que nos aconteceram pra poder criar outras melhores ainda, senão iguais as que se foram, pelo menos mais sinceras e diferentes. Nessa toada, ficou imprescindível repaginar o seu som, surgindo esse terceiro disco, lançado no ano passado, intitulado Some Kind Of Trouble.

Dessa vez, o inglês traz uma sonoridade otimista e prediposta em seus versos, mesmo com canções que titubeiam entre momentos bons e ruins de uma relação, por detrás de cada faixa há sempre uma mensagem de que as coisas vão dar certo, aquela coisa da fé que me faz otimista demais que Roberto Carlos tanto fala há tanto tempo. Nas palavras do próprio:

'Tem uma certa inocência que meu último álbum não tinha. Ele não se parece com o atual electro pop, parece com o som do final da década de 70, início dos anos 80, quando as bandas americanas foram para o Reino Unido. O que eu realmente gosto sobre isso é sua energia e otimismo - é completamente positivo.'

A canção mais grudenta do cd é realmente a primeira faixa 'Stay The Night', uma balada que cita Bob Marley, Billie Jean e pode ser cantada em qualquer luau à beira mar possível. 'These Are The Words' é doce como qualquer canção pop, enquanto 'So Far Gone' (a mais bela) e 'If Time Is All I have' falam sobre perda da maneira mais cheia de compostura possível, tornando explícita a necessidade de seguir em frente. O piano tão utilizado nos primeiros cds não fica de fora, aparecendo bem elaborado em 'No Tears'.

É assim que Blunt esquece parte de 'You´re Beautiful' e assume nova forma, como todo artista consciente do meio industrial deve fazer. Por mais que goste de um grande hit, sabe que no fundo ela é apenas peça de algum karaokê barato na Indonésia.

É assim que para mim, sempre há espaço pra descobertas que te trazem coisas ótimas e lhe deixam em um estado que você não imaginaria estar. Descobertas que vem de um lugar muito próximo, seja de dentro de você, ou de lugares ao seu lado, onde sempre estiveram esperando. Como diria Mosby: 'só vimos o que queremos ver, quando estamos preparados para vê-lo.' Assim como Blunt em Some Kind Of Trouble, meu presente dá ao meu futuro imagens cada vez mais positivas.

01- Stay The Night
02- Dangerous
03- Best Laid Plans
04- So Far Gone
05- No Tears
06- Superstar
07- These Are The Words
08- Calling Out Your Name
09- Heart Of A Gold
10- I´ll Be Your Man
11- If Time Is All I Have
12- Turn Me On

Link: http://www.*fileserve*.com/file/Yt2K97B

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