quinta-feira, 21 de abril de 2011

Lobão - Vivo [1990]

Não tenho muito tesão por discos ao vivo, prefiro muito mais os de estúdio. Particularmente, gosto mais de assistir as apresentações do que ficar ouvindo em casa. Mas, esse do Lobão é uma exceção. Tenho a grata sorte de tê-lo em LP, boa herança da mamãe.

João Luiz Woerdenbag Filho talvez seja uma das vozes do rock nacional que eu mais gosto, tanto pela boa discografia, quanto pela falação de merda que sempre o caracterizou, Lobão é uma gréa, e pessoas assim chamam minha atenção, por um simples motivo:

A falta de politicagem correta.

Reconheço que o radicalismo, a reclamação barata e alguma cretinice não levam a lugar algum, mas, ultimamente essa hipocrisia tá dando nos nervos. A sociedade em seu devaneio megalomaníaco de consumo e estrito modelo ideal de vida considera vários padrões a serem seguidos para ser considerado um sujeito de bem. O sujeito de bem é aquele carismático, bonito, elegante, bem-sucedido, que não bebe, não fode, sempre com opiniões que agradam as minorias, mas ao mesmo tempo são convenientes com as maiorias. Acorda cedo, anda de barba feita, tem uma mulher bonita e uma reputação ilibada. Ou seja, ou é Deus, ou é Ayrton Senna.

De certa forma, hoje em dia qualquer comportamento que beire esse ideal é execrado por algum comentário. Cada vez mais a alma humana se espelha a uma ilusão, o mesmo que condena quem distorce esse ideal correto e sóbrio é o que tem mais dificuldade de aplicá-lo e alcançá-lo na vida real.

Portanto, quem critica as quotas raciais, é racista. Quem chama o melhor amigo de 'negão', mesmo que ele nem se importe com isso, é racista. Quem faz piada sobre gays, é 'homofóbico'. Quem vai ao estádio e chama o juiz de filho da puta (bendita sejam suas mães) é no mínimo, mal-educado. E assim esse cordão de purismo que nos envolve e nos sufoca cada vez mais me enche o saco. Tudo bem ser tolerante, mas não poder dizer que o Luan Santana, Fiuk e o Restart são uns viadinhos de dá dor no ovo já é demais (ufa, isso tava preso faz tempo, quase uma prisão de ventre mental).

É por essas e outras que gosto de caricaturas como Lobão, mesmo exagerando em certos pontos e acertando em outros, é um humano com uma boa inteligência e conhecimento cultural que tenta expor algum ponto de vista dentro de um 'não me toque' e um 'mimimimi' que beiram a estupidez.

Sobre a música: aah, a música. Lobão começou tocando bateria com 16 anos no Vímana, a banda de Lulu Santos. Pouco tempo depois, até se alistou a Blitz, mas debandou em uma época que cheirava pó do Rio ao Maranhão. A partir daí, consolidou-se com uma boa carreira solo, responsável por muito dos hinos dos anos 80. Tanto com letras contestadoras, ou com belas canções de amor. Afinal, já declarou que é um apaixonado.

Pois bem, Vivo foi gravado no Hollywood Rock de 1990, trazendo em uma performance rock´n´roll de muitos dos clássicos desse carioca. 'Por Tudo que For' cantado por uma multidão, já vale o disco inteiro.

p.s: Alguém sabe como redimensionar imagens no blogger, pelo Chrome?

01- Vida Bandida
02- Canos Silenciosos
03- Vida Louca, Vida
04- Spray Jet
05- Por Tudo que For
06- Rádio Blá
07- Decadence Avec Elegance
08- Revanche
09- Baby Lonest
10- Corações Psicodélicos
11- Cuidado
12- Essa Noite Não
13- Me Chama

Link: http://www.*4shared.com/file/8mm30uWk/Lobo_-_1990_-_Ao_Vivo.htm

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