domingo, 24 de abril de 2011

Nirvana - MTV Unplugged In New York [1994]

E acabou-se a Semana Santa. Todo cristão que se preze passou mais que um fim de semana refletindo sobre suas atitudes e seus gestos em suas belíssimas vidas, uma tradição permanente, enraizada em nossa cultura desde que um Nazareno morreu há 2011 anos atrás, afinal, todos nós carregamos um pouco da culpa por termos escolhidos Barrabás, não é?

Bem, confesso que não tenho religião. Apesar de acreditar em Deus. Acho a religião algo no mínimo extravagante, e sem querer ofender ninguém, deveramente brega. Como minha cabeça é impregnada por animes desde criança, costumo a pensar em Deus e Deuses como aqueles da Mitologia Grega, seres onipotentes, com olhar blasé, de nariz impinado que zombam dos meros humanos, assim, quase uns Johnny Depp´s. E o que seria mais engraçado que ver milhões de pessoas acenando e cantando músicas sobre você?

Coincidentemente ou não, restava eu ouvindo 'Jesus Don´t Want Me For a Sunbeam' do Vaselines. Alguém lembra deles? Nem eu. Os Vaselines eram (e continuam sendo) uma banda desconhecida de Glasgow. Mas, acabaram sendo o grande motivo desse álbum aparecer por aqui hoje.

Todos tem mais ou menos uma idéia da áurea que paira sobre o Unplugged do Nirvana. A 'despedida' de Cobain, o 'enterro' de uma das maiores bandas do mundo, a atuação 'visceral' de um compositor em degeneração. Aquele monte de baboseira que você costuma a ler em revistas e blogs dispensáveis como esse. Pois bem, nunca achei que Cobain fosse esse pica das galáxias, sempre o reconheci como uma grande máquina de fazer hits. E, sempre o respeitei por isso. Perguntem a qualquer músico mainstream, fazer um hit depois do outro é difícil pra caralho. Isso, além de se drogar, Kurt fazia como poucos. Tanto em suas letras, onde ressuscitou um apego intimista com os versos, coisa que o hardrock tinha mandado pro espaço, quanto instrumentalmente, usando distorções que colocaram um pequeno sorriso na boca de monstros como Hendrix. Ele era chapadão, mas, sabia muito bem o que estava fazendo. Assim como esse acústico.

A atmosfera era maravilhosa, o cenário para meados dos anos 90 também, tudo contribuía para um megashow com convidados da cena grunge de peso, exaltando-se os fantásticos sucessos da banda até então, com uma audiência nas alturas, que a consagraria como o grande nome do rock dos últimos 15 anos. Mas, não foi muito bem isso que aconteceu. Kurt rejeitou o setlist marcado pelos hits, e preferiu um show quase individual, tocando músicas que gostava, da maneira que gostava, com os amigos que gostava. Para isso chamou o pessoal do Meat Puppets (totalmente desconhecidos até então), chegando a tocar até 3 músicas dessa turma (eu disse 3!), além de mandar ver Bowie e até Leady Belly, com um violão leiloado do mesmo, que alegam que o próprio Kurt comprou por uma fortuna. Do Nirvana só versões calmas de 'Polly', 'About a Girl', 'Come As You Are', 'Dumb' e 'Something In The Way'. Ou seja, ele ownou todo mundo, principalmente a MTV, que já era fula com Cobain por não ter tocado 'Lithium' no VMA de 1993, estreando um novo som, chamado 'Rape Me' em rede nacional.

É por essas e outras que esse disco é de longe o meu acústico preferido, não só pela performance de um dos maiores frontmens da minha geração, mas, simplesmente pela atitude que ele exerce. Assim como a obra de Cobain, não se perderá de forma nenhuma do meu coração, nem no meu, nem no de muita gente.

Com vocês, direto de Nova York.. Nirvana.

01- About A Girl
02- Come As You Are
03- Jesus Don´t Want Me For A Sunbeam
04- The Man Who Sold The World
05- Pennyroyal Tea
06- Dumb
07- Polly
08- On a Plain
09- Something In The Way
10- Plauteau
11- Oh Me!
12- Lake Of Fire
13- All Apologies
14- Where Did You Sleep Last Night

Link: http://www.*4shared.com*/file/vacpUDhy/Nirvana_-__1994__MTV_Unplugged.htm

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