sexta-feira, 29 de abril de 2011

Legião Urbana - As Quatro Estações [1989]

Um dos primeiros disco que me vinheram parar em mãos, talvez o primeiro LP que tenha tateado e ouvido. Hoje a capa em cinza, fubenta, coberta por um plástico amarelado traz uma áurea clássica e intocável a um dos discos mais representativos de todo o rock brasileiro.

1989 foi um ano interessante, esportivamente a seleção se preparava para a pífia Copa de 90, Ayrton Senna lutava ponto a ponto com Alain Prost pelo bi-campeonato mundial e Rubens Barrichello era um galego franzino que despontava no cenário nacional ao vencer a Fórmula Ford Brasileira. Politicamente, o Brasil saía de uma ditadura de 20 anos, engatinhando e tentando entender um sistema pouco desconhecido na terra do samba, uma tal de democracia. Mundialmente o muro de Berlim era destruído, e acabava a frescura de ser Alemão Oriental e Ocidental, a Alemanha voltava a ser unificada. Culturalmente, a onda da vez era o rock nacional, que projetava-se cada vez mais na mídia e entre os jovens, intectualmente representado pela Legião Urbana. Indivualmente, eu nasci. Esse, com certeza, o melhor fato histórico de todos.

Dentre esses fatores, ser jovem em 1989 parecia ser legal, para um nostálgico com eu, cada palavra citada sobre o que acontecia em tempos tão remotos é capaz de causar arrepio. Mas, na verdade, as coisas eram tão ruins ou tão boas como hoje, a história é cíclica, e provavelmente o que você vive hoje, coçando o saco lendo um blog duvidoso, você viveria 22 anos atrás, lendo um folhetim vagabundo. Mas, falaremos do disco, han?

As Quatro Estações é o quarto trabalho do (já) trio. Renato Manfredini aparece em sua melhor fase como compositor, como poderia-se tirar de qualquer resumo de jornal da época: 'respondendo aos anseios da juventude', algo do tipo. O certo é o que o disco, talvez com certa raridade dentro da música nacional, consegue falar intimimamente de maneira popular.

O que quero dizer com isso? Que todo mundo, eu disse todos, ficaram de alguma forma sensibilizados por algum verso de 'Pais e Filhos' ou de 'Há Tempos', a sensibilidade encontrada em cada música não foi encontrada por qualquer intelectual de meia tigela que cospe diamante (thanks, Bukowski), partiu espontaneamente de milhões de pessoas. Um fenômeno raro se tratando de música pop, não tanto internacionalmente, mas raríssimo na cultura brasileira, fato esse, que nunca mais se repetiu.

9, das 11 músicas do disco, tocaram na rádio. Acho que só 'Nós Vamos Invadir Sua Praia' ou 'Rádio Pirata' encheram mais o saco que 'As Quatro Estações'. Se as rádios hoje se debatem para tocar coisas como Restart, Fresno e Black Yead Peas, naquela época a sensação eram as bandas de Brasília, aliadas ao Barão Vermelho, Cazuza e o Ultraje a Rigor. Eram figurinhas carimbadas em qualquer horário da programação. Assim, se explica muito do que sacudi no parágrafo interior.

Enfim, o disco é cheio de características que marcaram pra sempre a carreira e a personalidade da banda, colaborando para sua mitificação ao longo de uma geração. Renato assume sua bissexualidade em 'Meninos e Meninas' e 'Maurício', transborda talento ao traduzir a relação familiar dos jovens no início dos anos 90, em 'Pais e Filhos' e professa sua fé católica, em 'Monte Castelo'. Além da força musical, a estrutura do grupo também muda, com a saída de Renato Rocha, o 'Neguete', motivada por problemas de álcool e desleixo. Ou seja, o trio se solidificaria para sempre, e a Legião Urbana passava a ser conhecida como Dado, Russo e Bonfá.

1- Há Tempos
2- Pais e Filhos
3- Feedback Song for A Dying Friend
4- Quanto o Sol Bater na Janela do Teu Quarto
5- Eu Era um Lobisomem Juvenil
6- 1965 (Duas Tribos)
7- Monte Castelo
8- Maurício
9- Meninos e Meninas
10- Sete Cidades
11- Se Fiquei Esperando Meu Amor Passar

Link: http://www.*4shared*.com/file/eXjd8zZE/LU_-_As_Quatro_Estaes_Ao_Vivo_.htm

domingo, 24 de abril de 2011

Nirvana - MTV Unplugged In New York [1994]

E acabou-se a Semana Santa. Todo cristão que se preze passou mais que um fim de semana refletindo sobre suas atitudes e seus gestos em suas belíssimas vidas, uma tradição permanente, enraizada em nossa cultura desde que um Nazareno morreu há 2011 anos atrás, afinal, todos nós carregamos um pouco da culpa por termos escolhidos Barrabás, não é?

Bem, confesso que não tenho religião. Apesar de acreditar em Deus. Acho a religião algo no mínimo extravagante, e sem querer ofender ninguém, deveramente brega. Como minha cabeça é impregnada por animes desde criança, costumo a pensar em Deus e Deuses como aqueles da Mitologia Grega, seres onipotentes, com olhar blasé, de nariz impinado que zombam dos meros humanos, assim, quase uns Johnny Depp´s. E o que seria mais engraçado que ver milhões de pessoas acenando e cantando músicas sobre você?

Coincidentemente ou não, restava eu ouvindo 'Jesus Don´t Want Me For a Sunbeam' do Vaselines. Alguém lembra deles? Nem eu. Os Vaselines eram (e continuam sendo) uma banda desconhecida de Glasgow. Mas, acabaram sendo o grande motivo desse álbum aparecer por aqui hoje.

Todos tem mais ou menos uma idéia da áurea que paira sobre o Unplugged do Nirvana. A 'despedida' de Cobain, o 'enterro' de uma das maiores bandas do mundo, a atuação 'visceral' de um compositor em degeneração. Aquele monte de baboseira que você costuma a ler em revistas e blogs dispensáveis como esse. Pois bem, nunca achei que Cobain fosse esse pica das galáxias, sempre o reconheci como uma grande máquina de fazer hits. E, sempre o respeitei por isso. Perguntem a qualquer músico mainstream, fazer um hit depois do outro é difícil pra caralho. Isso, além de se drogar, Kurt fazia como poucos. Tanto em suas letras, onde ressuscitou um apego intimista com os versos, coisa que o hardrock tinha mandado pro espaço, quanto instrumentalmente, usando distorções que colocaram um pequeno sorriso na boca de monstros como Hendrix. Ele era chapadão, mas, sabia muito bem o que estava fazendo. Assim como esse acústico.

A atmosfera era maravilhosa, o cenário para meados dos anos 90 também, tudo contribuía para um megashow com convidados da cena grunge de peso, exaltando-se os fantásticos sucessos da banda até então, com uma audiência nas alturas, que a consagraria como o grande nome do rock dos últimos 15 anos. Mas, não foi muito bem isso que aconteceu. Kurt rejeitou o setlist marcado pelos hits, e preferiu um show quase individual, tocando músicas que gostava, da maneira que gostava, com os amigos que gostava. Para isso chamou o pessoal do Meat Puppets (totalmente desconhecidos até então), chegando a tocar até 3 músicas dessa turma (eu disse 3!), além de mandar ver Bowie e até Leady Belly, com um violão leiloado do mesmo, que alegam que o próprio Kurt comprou por uma fortuna. Do Nirvana só versões calmas de 'Polly', 'About a Girl', 'Come As You Are', 'Dumb' e 'Something In The Way'. Ou seja, ele ownou todo mundo, principalmente a MTV, que já era fula com Cobain por não ter tocado 'Lithium' no VMA de 1993, estreando um novo som, chamado 'Rape Me' em rede nacional.

É por essas e outras que esse disco é de longe o meu acústico preferido, não só pela performance de um dos maiores frontmens da minha geração, mas, simplesmente pela atitude que ele exerce. Assim como a obra de Cobain, não se perderá de forma nenhuma do meu coração, nem no meu, nem no de muita gente.

Com vocês, direto de Nova York.. Nirvana.

01- About A Girl
02- Come As You Are
03- Jesus Don´t Want Me For A Sunbeam
04- The Man Who Sold The World
05- Pennyroyal Tea
06- Dumb
07- Polly
08- On a Plain
09- Something In The Way
10- Plauteau
11- Oh Me!
12- Lake Of Fire
13- All Apologies
14- Where Did You Sleep Last Night

Link: http://www.*4shared.com*/file/vacpUDhy/Nirvana_-__1994__MTV_Unplugged.htm

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Lobão - Vivo [1990]

Não tenho muito tesão por discos ao vivo, prefiro muito mais os de estúdio. Particularmente, gosto mais de assistir as apresentações do que ficar ouvindo em casa. Mas, esse do Lobão é uma exceção. Tenho a grata sorte de tê-lo em LP, boa herança da mamãe.

João Luiz Woerdenbag Filho talvez seja uma das vozes do rock nacional que eu mais gosto, tanto pela boa discografia, quanto pela falação de merda que sempre o caracterizou, Lobão é uma gréa, e pessoas assim chamam minha atenção, por um simples motivo:

A falta de politicagem correta.

Reconheço que o radicalismo, a reclamação barata e alguma cretinice não levam a lugar algum, mas, ultimamente essa hipocrisia tá dando nos nervos. A sociedade em seu devaneio megalomaníaco de consumo e estrito modelo ideal de vida considera vários padrões a serem seguidos para ser considerado um sujeito de bem. O sujeito de bem é aquele carismático, bonito, elegante, bem-sucedido, que não bebe, não fode, sempre com opiniões que agradam as minorias, mas ao mesmo tempo são convenientes com as maiorias. Acorda cedo, anda de barba feita, tem uma mulher bonita e uma reputação ilibada. Ou seja, ou é Deus, ou é Ayrton Senna.

De certa forma, hoje em dia qualquer comportamento que beire esse ideal é execrado por algum comentário. Cada vez mais a alma humana se espelha a uma ilusão, o mesmo que condena quem distorce esse ideal correto e sóbrio é o que tem mais dificuldade de aplicá-lo e alcançá-lo na vida real.

Portanto, quem critica as quotas raciais, é racista. Quem chama o melhor amigo de 'negão', mesmo que ele nem se importe com isso, é racista. Quem faz piada sobre gays, é 'homofóbico'. Quem vai ao estádio e chama o juiz de filho da puta (bendita sejam suas mães) é no mínimo, mal-educado. E assim esse cordão de purismo que nos envolve e nos sufoca cada vez mais me enche o saco. Tudo bem ser tolerante, mas não poder dizer que o Luan Santana, Fiuk e o Restart são uns viadinhos de dá dor no ovo já é demais (ufa, isso tava preso faz tempo, quase uma prisão de ventre mental).

É por essas e outras que gosto de caricaturas como Lobão, mesmo exagerando em certos pontos e acertando em outros, é um humano com uma boa inteligência e conhecimento cultural que tenta expor algum ponto de vista dentro de um 'não me toque' e um 'mimimimi' que beiram a estupidez.

Sobre a música: aah, a música. Lobão começou tocando bateria com 16 anos no Vímana, a banda de Lulu Santos. Pouco tempo depois, até se alistou a Blitz, mas debandou em uma época que cheirava pó do Rio ao Maranhão. A partir daí, consolidou-se com uma boa carreira solo, responsável por muito dos hinos dos anos 80. Tanto com letras contestadoras, ou com belas canções de amor. Afinal, já declarou que é um apaixonado.

Pois bem, Vivo foi gravado no Hollywood Rock de 1990, trazendo em uma performance rock´n´roll de muitos dos clássicos desse carioca. 'Por Tudo que For' cantado por uma multidão, já vale o disco inteiro.

p.s: Alguém sabe como redimensionar imagens no blogger, pelo Chrome?

01- Vida Bandida
02- Canos Silenciosos
03- Vida Louca, Vida
04- Spray Jet
05- Por Tudo que For
06- Rádio Blá
07- Decadence Avec Elegance
08- Revanche
09- Baby Lonest
10- Corações Psicodélicos
11- Cuidado
12- Essa Noite Não
13- Me Chama

Link: http://www.*4shared.com/file/8mm30uWk/Lobo_-_1990_-_Ao_Vivo.htm

terça-feira, 19 de abril de 2011

Roberto Carlos - Em Ritmo de Aventura [1967]

Hoje é um dia muito importante, Roberto Carlos completa 70 anos de vida.

Já disse aqui que fico impressionado com a capacidade de algo, alguém, ideologia ou qualquer tipo de expressão humana enraizar-se definitivamente dentro de uma cultura durante anos, décadas e séculos. Em contexto global, nada nem ninguém superará os Beatles. Em contexto nacional, nada nem ninguém superará Roberto Carlos. Em popularidade e influência musical, arrisco-me dizer que RC que pelo conjunto da obra, seja o maior músico brasileiro da história. Pontos para isso são muitos.

O surgimento da Jovem Guarda nos anos 60 e a fase romântica dos anos 70, minhas preferidas, causaram um impacto tremendo na música popular brasileira. Daquela época em diante, todo mundo quis fazer um rock´n´roll tupiniquim que nem Roberto ou falar de amor que nem ele. A simplicidade da explosão de sons e sentimentos foram importantes para consolidar sua posição diante do imaginário do povo brasileiro. Contudo, essa eternização foi consideravelmente ajudada pelo falo de Roberto Carlos ser politicamente correto e ter um ótimo relacionamento com a imprensa. E isso, caro amigos, ajuda, e ajuda muito.

Considero que similarmente a ele em termos de influências musicais está Chico Buarque de Hollanda. Se Roberto é Maradona, Chico é Pelé. Mas, por que Chico só é lembrado por pseudos-intelectuais de meia tigela que nem eu? E RC é aclamado em especiais de fim de ano anualmente?

A resposta é simples: política.

Quando a ditadura era ferrenha e o pau comia, Chico bradava liberdade, era preso e exilado. Roberto tinha programa na Globo e não tocava no assunto. Mas, sou um dos poucos que não o critica por isso. Todos tem o direito de falar ou de ficarem calados, e ninguém tem nada haver com isso. Enfim, com o passar do tempo, RC cada vez era mais bem visto pela Vênus Platinada do que Francisco Buarque, é muito mais fácil se associar a alguém carismático, apolítico e correto como Roberto do que arriscar no samba agressivo politicamente e contestador como o de Chico. Talvez o próprio Francisco tornou essa postura como meio de defesa perante a uma exposição pública, nem todo mundo quer ser visado por 120 milhões de pessoas, eu, propriamente, sou como ele.

São músicas diferentes em sujeitos diferentes.

Contudo, Roberto criou em 50 anos uma áurea de Deus sobre ele, de forma merecida. Seus discos e especiais, dizem os mais velhos, quando lançados, eram capazes de levar multidões as lojas, efeito similar apenas a jogos do Brasil na Copa do Mundo. Elejo aqui, o meu preferido.
'Em Ritmo de Aventura' traz clássicos que ecoam e ecoarão pelos corações de toda a população, aqui existe 'Como é Grande Meu Amor Por Você', 'Eu Te Amo, Te Amo, Te Amo' e 'Ciúme de Você' (Por Deus, deveriam prender o Raça Negra) e 'Quando'.

Um grande presente de aniversário aparecer por aqui em seu dia, espero que o Rei fique orgulhoso.

01- Eu Sou Terrível
02- Como é Grande o Meu Amor Por Você
03- Por Isso Corro Demais
04- Você Deixou Alguém a Esperar
05- De Que Vale Tudo Isso
06- Folhas de Outono
07- Quando
08- É Tempo de Amar
09- Você Não Serve Pra Mim
10- E Por Isso Estou Aqui
11- O Sósia
12- Só Vou Gostar de Quem Gosta de Mim

Link: http://www.*fileserve.com/file/uSd6j68

De quebra, a primeira aparição de um músico em um 'Rooftop', porque os Beatles não foram os primeiros a subir em um telhado.


domingo, 17 de abril de 2011

Discos da Minha Vida: Coldplay - Parachutes [2000]

Em 2003 eu tinha 14 aninhos, com uma insônia característica que me acompanha desde os primórdios, eu assistia à MTV. Naquela época, a emissora diferentemente do que é hoje, era bem legal. Sempre gostava de vasculhá-la de madrugada, porque volta e meia apareciam umas bandas inglesas, irlandesas, escocesas, ou até romenas fazendo um rock que se pelo menos não me agradasse de cara, chamava minha atenção. E foi em uma dessas noites que vi o clipe de 'Yellow': um magrela tipicamente britânico correndo por uma praia nublada em mais uma mera declaração de amor. Claro que, eu me apaixonaria por aquele som à primeira vista.

Foi assim, de forma mais ou menos inesperada que eu descobria Coldplay e seu Parachutes. Álbum de estréia da banda, lançado em 2000, traz as músicas que mais gosto do quarteto londrino. Naquela época eles não eram de longe um novo U2, não se lotava estádios, os fãs não pagavam fortunas em ingressos nas turnês pelo globo à fora, e duvido que o conhecimento sobre eles iam muito além que o subúrbio de Londres.

O meu grande problema é que eu sou avesso a tudo que não é humano ou cotidiano. Estádios gigantescos com performances estilo Lady Gaga pra mim não fazem muito sentido, só são coisas de megalomaníacos que cada vez mais querem inovar nesse tal de entretenimento. Não que o Coldplay de hoje seja chato, talvez seja tão bom quanto, mas, minha nostalgia e egocentrismos inveterados acham que eles hoje estão no mínimos distantes do que via na década passada, do som que os caracterizava e de que eu gostava pra caralho.

O disco em si sofre uma grande influência do britpop geracional dos anos 90, e as temáticas me remetem fortemente há coisas como o Grace do Jeff Buclkey (olha ele aí de novo, num disse que o cara era foda). Chris Martin entoando um violão com a ajuda da turma refletia um som simples e direto, marcado por simples canções de amor, como 'Spies' e baladas de muito mais força e regência como 'Shiver'. Do mesmo modo, o piano aparecia pela primeira vez, acompanhando 'Trouble', um mero pedido de desculpas, e a guitarra de John Buckland despertava-se em 'Yellow' como um dos clássicos do rock britânico da última década.

Talvez minha grande ligação com esse disco, mais do que as músicas possam me dizer, ou a maneira pelo qual qualquer mensagem textual ou sonora é emitida, é a força de uma banda em seu começo. Não havia abundância de dinheiro, nem milhares de fãs, nem casamentos, filhos, paparazzis, e toda aquele escambau de vetores que influenciam um grupo musical depois que caem no mainstream. Havia, singelamente, música. O disco é movido a paixão, tanto de tocar, quanto de escrever, é rodado de confiança, o disco em si, é humano. Por isso, é o meu preferido da banda, o que de mais humano, se liga a mim.

01- Don´t Panic
02- Shiver
03- Spies
04- Sparks
05- Yellow
06- Trouble
07- Parachutes
08- High Speed
09- We Never Change
10- Everything´s Not Lost

Link: http://www.*4shared.com*/file/6iwavbdu/Parachutes_2000.htm

sexta-feira, 15 de abril de 2011

The Verve - Urban Hymns [1997]

Verve, talvez a banda que somente perde no coração desse mediocrático baixinho barbudo para Oasis e Beatles no hall do rock britânico. O Verve é reconhecidamente uma banda do já quase extinto britpop, gênero denominado pela imprensa inglesa para chamar a emergente cena musical de Manchester, Londres e outras cidades interioranas no início dos anos 90. Dessas cidades interioranas, é que o Verve surgiu, precisamente de Wigan. De Wigan conheço muito pouco, sei que faz parte da região metropolitana de Manchester, é uma Jaboatão dos Guararapes, muito, mas muito menor que a original, com um time que apesar de jogar a Primeira Divisão, tem uma zaga tão ruim quanto a do Náutico.

Bem, apresentados esses pressupostos, partimos para o cerne da banda, o manda-chuva, Richard Ashcroft. Ashcroft, um dos poucos amigos de Noel Gallagher, pode ser considerado por mim tão bom quanto o criador de 'Live Forever'. Por que? Por causa de Urban Hymns. Lançado em 1997, o terceiro álbum da banda é uma menininha para os meus olhos, principalmente pela sensacional Bittersweet Simphony.

A junção de elementos de orquestra com o rock já era batida desde o Metallica e muita gente do hard metal no início dos anos 90, mas, no rock inglês era no mínimo uma novidade. Mas, que novidade, han? Além de arrumar briga com Jagger por causa de suspostos direitos autorais, Bittersweet inaugura 20s de puro deleite entre os violinos e metais de seu início, marcando pra sempre a história da banda.

Mas, não é só, a melodiosa balada romântica de 'Sonnet' aliada a 'The Drugs Don´t Work', um tiro no saco de quem acha que fugir e se esconder nas drogas é a saída para encarar a vida, fazem desse disco um dos mais falantes pra mim. Diferentemente dos fãs da gigante Oasis e dos rivais do Blur, o Verve caminhou em águas claras e não tão reluzentes, proporcionando a ouvidos mais curiosos como os meus belos sons, que marcaram e ainda se fazem presentes em vários momentos.

Em 1999, logo após o sucesso estrondoso do terceiro cd, a coisa começa a desandar. Sabe como é banda, ou qualquer conglomerado humano que passe mais de 1 ano junto, começa-se a haver disputa de território, dinheiro pra cá, pra lá, um filho da puta xingado aqui acolá e tudo se esvanece pelos dedos. Foi aí que eles anunciaram a separação, Ashcroft iniciando uma carreira solo de grande reconhecimento (que também passará por aqui) e Simon pinotando para o Blur.

Em 2007, boom, o Verve voltou, com seu quarto cd, criativamente chamado de Forth, nem deu tempo de escutá-lo e novamente foi anunciada uma nova separação. Por não gostar muito desses vai e vem e dessas brigas de rapariga, continuo atrelado ao Urban Hymns, que disco velhinhos, que disco..

1- The Bittersweet Simphony
2- Sonnet
3- The Rolling People
4- The Drugs Don´t Work
5- Catching The Butterfly
6- Neon Wilderness
7- Space On Time
8- Weeping Willow
9- Lucky Man
10- One Day
11- This Time
12- Velvet Morning
13- Come On

http://www.*4shared*.com/file/8OAwPSLi/The_Verve_-_Urban_Hymns.htm

segunda-feira, 11 de abril de 2011

The Jimi Hendrix Experience - Are You Experienced? [1967]

Se Clapton é o Deus da guitarra, esse homem é o diabo. Nunca existiu ninguém que dominasse uma guitarra como James Marshall Hendrix, esse afro-americano superou a barreira entre os mortais e o absurdo. Reza a lenda que Eric Clapton e Peter Townshend após verem uma apresentação do americano quase largaram o nobre ofício, por se sentirem totalmente incapacitados em realizar outra perfomance como aquela. Afirmam alguns que a mistureba cultural que Jimmy apresentava era fruto de sua ascendência negra e indígena.

Pois bem, fortemente influenciado por blues e jazz moderno, ninguém nunca fundiu esses ritmos com psicodelismo e rock´n´roll como ele, a mistura que 'Hey Joe' apresenta pra mim em hipótese alguma foi superada em quase 60 anos dessa nobre classe musical. Are You Experienced é a estréia de Hendrix no mundo da música, e nada, (talvez só os Beatles) causaram mais impacto que ele.

Em um rock almofadinha e puramente correto, a aparição de um negro tocando guitarra loucamente empunhando uma ideologia de porra louca foi de chocar muita gente. Talvez, foi justamente o que Hendrix queria, ele não estava nem aí pra ninguém. Especialistas, deixando de lado eu, claramente, consideram que ele foi o pai da microfonia, o pai da distorção, introduzindo amplificadores distorcidos e o pedal wah-wah. Só pra se ter um exemplo, algo como In Utero do Nirvana nunca teria existido senão fosse esse cara aí.

The Jimi Hendrix Experience era ainda formado por Noel Redding no baixo e Mitch Mitchell na percussão, bateria e backing vocals, esse disco de estréia só foi barrado na parada americana, pelo pasmem, 'Sgt. Peppers Lonely Heart Club Band', nada mal, han? Posteriormente, apresento aqui mais dois álbuns da trilogia desse trio.

01- Foxy Lady
02- Manic Depression
03- Red House
04- Can You See Me
05- Love of Confusion
06- I Don´t Live Today
07- May This Be Love
08- Fire
09- Third Stone From The Sun
10- Remember
11- Are You Experienced

Link: http://www.*fileserve*.com/file/jnF2DtZ

sábado, 9 de abril de 2011

The Beatles - A Hard Days Night [1964]

Às vezes, me impressiono com a capacidade que pessoas, fatos e características têm de marcar a história e se tornarem imortais. Quando essa possibilidade se constrói a partir de uma marca cultural, para mim, se torna ainda mais relevante.

E é nessa esteira que eu posso considerar que os Beatles são imortais, não importa quantos séculos se passem, quantas reviravoltas a música acabe por passar, ninguém, absolutamente ninguém, vai esquecer esses 4 caras de Liverpool.

Em 1964, esses caras já tinham o Meet The Beatles e o Second Album, seus dois primeiros discos, como os álbuns mais vendidos dos EUA. Para um Luan Santana da vida isso já seria o auge de sua carreira musical industrial. Mas, para caras assim, definitivamente não era o grude da unha do pé esquerdo.

Eles iam alcançar mais, e mais. Então, John e Paul (influenciado fortemente por Buddy Holly) decidiram compor um álbum inteiro de músicas próprias. Foi mais ou menos o seguinte: ''- Caralho, Paul, a gente até que toca direitinho, eu tenho umas coisas que eu fiz. Podemos chamá-las de Lennon/McCartney e construírmos um novo disco. - Tá bom, eu tenho umas coisas minhas também, vamos ver como fica.''

E assim, surgiu o terceiro disco, 'A Hard Day´s Night'. Fascinado por álbuns caracterizados pela simplicidade, como sou, é claro que não poderia passar desapercebido entre os meus favoritos. A Rickenbacker de 12 cordas de George Harrison deu na cara de muito guitarrista clássico que não conseguia estender o alcance do instrumento com tão poucos acordes. Era sublime. Com o sobrenome Lennon/McCartney, apesar de serem composições restritas de John, surgiram todas as músicas do disco, com exceção de 'Can´t Buy me Love', 'Things We Said Today' e 'And I Love Her' que não deixaram de ser de Paul.

Com o disco veio a consagração e a histeria nos EUA, aliados ao filme 'Os Reis do Iê-iê-iê', que configurou-se pra mim como a melhor película dos Beatles. Assim eles entraram pela porta da frente no mercado americano, e cada vez mais passariam a ganhar notoriedade internacional, com esse disco, até o fim do casamento entre os 4, o céu seria o limite.

1- A Hard Day´s Night
2- I Should Have Known Better
3- If I Fell
4- I´m Happy Just to Dance With You
5- And I Love Her
6- Tell Me Why
7- Can´t Buy Me Love
8- Anytime At All
9- I´ll Cry Instead
10- Things We Said Today
11- When I Get Home
12- You Can´t Do That
13- I´ll Be Back

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Eddie Vedder - Into The Wild [2007]

'Quero saber bem mais que os meus 20 e poucos anos..'

Cheguei à época que o pai de Fiuk descreve como uma das mais importantes da vida, sinto que cada passo que dou agora é propenso a enormes consequências para o futuro, não que eu de alguma forma me preoucupe a cada segundo com isso, mas, não é também sinal de que eu esteja me fudendo pra isso.

É por essas e outras que uma trilha sonora, e em especial uma película me fazem bem pra caramba. Eddie Vedder pra mim dispensa comentários, líder do Pearl Jam, uma das vozes mais conceituadas pra mim, posso dizer que sim, Vedder é o ''cara''. E é por isso que fazer a trilha de 'Into the Wild' de Sean Penn, aportuguesado para 'Da Natureza Selvagem' caiu como uma luva para seu primeiro disco solo. Um cara típicamente filho da sociedade americana, que com o passar dos anos, em especial durante o Governo do Bush Filho se debandeou para um lado cada vez mais crítico e niilista quanto ao modelo econômico e político de seu país (tema para outro post).

Pois bem, Into the Wild conta a história de um jovem chamado Chris McCandless, recém-bacharéu em direito, filho de uma família tradicional, que larga seu evidente futuro promissor a partir do momento que nota o quanto a sociedade é hipócrita, injusta, inescrupulosa e andante para um abismo. A partir daí, se mete em uma aventura a fim de viver sozinho no Alasca, rejeitando qualquer contato com o mundo material. Dentre algumas semelhanças claras, o fato de eu me indentificar com Chris advém de ele, assim como eu, ser um sonhador, inocente e propenso a atitudes heróicas.

O disco é uma pérola de Vedder discorrendo sobre os motivos e fatos que levaram Chris a tomar uma atitude, não fictícia, mas totalmente real, de largar à sociedade. Depois de uma análise profunda e de muita perda de tempo, cheguei a uma efetiva conclusão. Não há correspondência real de como seguir o modelo de Chris, senão o caminho da solidão e da morte, são fugas, e pra mim todo mundo que foge, é deveramente um otário. Entretanto, consegui aprender que meus passos devem ser correlatos ao que eu sou, e a racionalidade deve estar à flor da pele, sobretudo agora.

O ser humano é intríseco a sociedade, sem ele, ela não existe, sem ela, ele não vive. O jeito é compreender meus sonhos e lutar por eles, talvez um bom cargo com a faculdade que cursei, um emprego que me permita estudar o que gosto e montar uma família, composta por: uma mulher nem muito bonita, nem muito feia, um menino e uma menina.

E tudo que leva à vaidade, ao ódio, ao consumismo e a hipocrisia que eu consiga jogar no lixo e ensinar tudo que aprendi aos meus pimpolhos.
Sei que a música ficou de lado, mas, ela também é acessória ao disco, por incrível que pareça.

1- Setting Forth
2- No Ceiling
3- Far Behind
4- Rise
5- Long Nights
6- Tuolumne
7- Hard Sun
8- Society
9- The Wolf
10- End of the Road
11- Guaranteed

Link: http://www.*4shared.com*/file/SMfINITO/_2007__Eddie_Vedders_Into_The_.htm