terça-feira, 31 de maio de 2011

Green Day - Dookie [1994]

Esse disco marcou particularmente a minha adolescência. Quando eu tinha 15 anos, achava que dentre as coisas mais legais da vida, estava o Dookie. Até hoje, acho que eu estava certo, um disco muito legal pra quando se é jovem. O punk rock seco, cômico e tradutor da vida de muito gente na puberdade. Foi sem dúvida, um clássico.

Até aí, tudo bem. Bille Joe, Mike Dirnt e Tre Cool tinham em média 20 e poucos anos de idade. Uma bermuda, um cabelo desengonçado, brincos e uma atitude jovial faziam parte do contexto, parecia nascer ali, uma promissora rock band que evoluiria com o tempo, desenvolvendo seu som ao decorrer dos anos, era mais ou menos que qualquer um esperava. Mas, nem saberia eu, que para mim o Green Day acabaria ali.

O ser humano tem uma enorme dificuldade de lidar com o tempo. Os gregos, tanto davam importância ao tempo, que consideravam que Cronos, o Deus do Tempo, sucedeu Urano no governo do universo. Governando até ser derrotado por Zeus, seu filho, no que ficou conhecido como a Guerra dos Titãs. Ou seja, resumidamente, os únicos que poderiam vencer o tempo, eram os deuses, então, você, humano, sempre esteve fudido.

Mas, como o ser humano é estúpido e burro o suficiente, continuou perdurando sua vida em tentar vencer uma guerra já perdida. Plásticas, maquilagens, implantes, vida regrada e saudável, atitude jovial. Em um tom equilibrado, não considero isso ruim, deve estar atrelado a algum tipo de extinto de sobrevivência. Mas, quando em demasia, é no mínimo escroto. Foi justamente tentando manter essa imagem de eterno, que o Green Day se perdeu.

Uma banda é reflexo direto de suas influências e de seus componentes, se a idade os pune, o próprio grupo a acompanha, um desenvolvimento e amadurecimento de um som é paralelo a mudança de vida de seus integrantes.

Se pintar, vestir preto, pintar o cabelo, cantar músicas sobre devaneios adolescentes, é lindo quando se tem 20 anos, mas é ridículo quando se tem 40. Tenho um pôster de Gessinger no Rock In Rio de 91, um garotão empunhando um baixo em ‘Ninguém é Igual a Ninguém’. Próprio de seu espírito e de sua época, assim como o dente de ouro e o bigodinho do último ao vivo dos Engenheiros do Hawaii. Uso ele, como exemplo de alguém que envelheceu sabendo lidar com a necessidade do amadurecimento tanto pessoal quanto profissional, coisa que passou longe.

Assim, mantenho o Dookie como lembrança de uma das bandas que eu mais gostava e que mais esperava, que mais me decepcionou. Saibam vocês, que já dizia o mestre Antunes: a coisa mais moderna que existe nessa vida é envelhecer.

1- Burnout

2- Having a Blast

3- Chump

4- Longview

5- Welcome to Paradise

6- Pulling Teeth

7- Basket Case

8- She

9- Sassafras Root

10- When I Come Around

11- Coming Clean

12- Emenius Sleepus

13- In The End

14- F.O.D/All By Myself

Link: http://www.*4shared*.com/file/wTfCQCih/GreenDay_-_Dookie.htm

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