domingo, 17 de abril de 2011

Discos da Minha Vida: Coldplay - Parachutes [2000]

Em 2003 eu tinha 14 aninhos, com uma insônia característica que me acompanha desde os primórdios, eu assistia à MTV. Naquela época, a emissora diferentemente do que é hoje, era bem legal. Sempre gostava de vasculhá-la de madrugada, porque volta e meia apareciam umas bandas inglesas, irlandesas, escocesas, ou até romenas fazendo um rock que se pelo menos não me agradasse de cara, chamava minha atenção. E foi em uma dessas noites que vi o clipe de 'Yellow': um magrela tipicamente britânico correndo por uma praia nublada em mais uma mera declaração de amor. Claro que, eu me apaixonaria por aquele som à primeira vista.

Foi assim, de forma mais ou menos inesperada que eu descobria Coldplay e seu Parachutes. Álbum de estréia da banda, lançado em 2000, traz as músicas que mais gosto do quarteto londrino. Naquela época eles não eram de longe um novo U2, não se lotava estádios, os fãs não pagavam fortunas em ingressos nas turnês pelo globo à fora, e duvido que o conhecimento sobre eles iam muito além que o subúrbio de Londres.

O meu grande problema é que eu sou avesso a tudo que não é humano ou cotidiano. Estádios gigantescos com performances estilo Lady Gaga pra mim não fazem muito sentido, só são coisas de megalomaníacos que cada vez mais querem inovar nesse tal de entretenimento. Não que o Coldplay de hoje seja chato, talvez seja tão bom quanto, mas, minha nostalgia e egocentrismos inveterados acham que eles hoje estão no mínimos distantes do que via na década passada, do som que os caracterizava e de que eu gostava pra caralho.

O disco em si sofre uma grande influência do britpop geracional dos anos 90, e as temáticas me remetem fortemente há coisas como o Grace do Jeff Buclkey (olha ele aí de novo, num disse que o cara era foda). Chris Martin entoando um violão com a ajuda da turma refletia um som simples e direto, marcado por simples canções de amor, como 'Spies' e baladas de muito mais força e regência como 'Shiver'. Do mesmo modo, o piano aparecia pela primeira vez, acompanhando 'Trouble', um mero pedido de desculpas, e a guitarra de John Buckland despertava-se em 'Yellow' como um dos clássicos do rock britânico da última década.

Talvez minha grande ligação com esse disco, mais do que as músicas possam me dizer, ou a maneira pelo qual qualquer mensagem textual ou sonora é emitida, é a força de uma banda em seu começo. Não havia abundância de dinheiro, nem milhares de fãs, nem casamentos, filhos, paparazzis, e toda aquele escambau de vetores que influenciam um grupo musical depois que caem no mainstream. Havia, singelamente, música. O disco é movido a paixão, tanto de tocar, quanto de escrever, é rodado de confiança, o disco em si, é humano. Por isso, é o meu preferido da banda, o que de mais humano, se liga a mim.

01- Don´t Panic
02- Shiver
03- Spies
04- Sparks
05- Yellow
06- Trouble
07- Parachutes
08- High Speed
09- We Never Change
10- Everything´s Not Lost

Link: http://www.*4shared.com*/file/6iwavbdu/Parachutes_2000.htm

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