quinta-feira, 31 de março de 2011

Jeff Buckley - Grace [1994]

Eu costumo a imaginar como seria minha vida se vivesse em outras épocas. Não coisas muito distantes, apenas se tivesse nascido 10 a 20 anos antes do já longínquo ano de 1989. Acho a década de 90 fuderosa pra quem era um bebê ou uma criança, e queria ter muito mais compreensão dos fatos do que absolutamente tenho.

Se eu tivesse nascido em meados de 1973, teria a idade que tenho hoje em 1994. Esse ano seria, sem sombra de dúvida, algo que mexeria comigo. O ano que Ayrton se estatelou na Tamburello e que Cobain enfiou um cano de doze na boca não seria de muitas lembranças, só ofuscariam uma terrível queda do alvirrubro Capibaribe para a Série B. Pois bem, nesse ano eu conheceria alguém que só ouvi póstumo, Jeff Scott Buckley.

Uma voz inconfundível, talvez uma das mais belas que eu já ouvi na música e um excelente letrista e guitarrista para um rocker, quase um músico completo. Jeff escreveu em 1994 um dos álbuns mais bem construídos e mais desconhecidos do rock, o 'Grace'. O Grace é foda, e eu vou dizer porque ele é foda. Se alguém lê isso aqui com certa frequência, o que eu duvido muito, vai saber que eu tenho uma queda inabalável por discos de amor e de dor. Pra mim, são os mais sinceros, afinal, o que é humano, é terrivelmente sincero. Olho atentamente composições amorosas procurando sentido em disposições de métrica, claro, nas letras. Mas, com o Grace é diferente, porque ele fala por si só musicalmente. Como descreveu Bono Vox: 'É uma gota cristalina em um oceano de ruídos'. O jazz e o blues que Jeff conheceu na adolescência são a peça principal do disco, dando consequência a narrativa.

E aí que surgem coisas como 'Last Goodbye', 'Lover, You Should Come Over' e uma releitura de 'Hallelujah' de Leonard Cohen, criando um disco terrivelmente sincero e um chute no cunhão de muito nego que acha que não tem coração.

A carreira desse americano foi extremamente meteórica, filho do grande cantor folk Tim Buckley, notadamente reconhecido pela sua voz. A primeira vez que ele abriu a boca em público, em um show em homenagem ao pai, deixou todo mundo de queixo caído. A apresentação rendeu um convite para tocar em uma banda chamada Gods and Monsters. Com um contrato na mão, Jeff pulou da barca alegando que se aliasse a uma gravadora restringiria sua opção musical, o que, não nego que seria verdade.

A partir daí, começou uma série de apresentações no Sin-É, um bar em Nova York, que lhe rendeu a assinatura com a Columbia e o processo de construção do Grace.

Depois de assustar o mundo e começar a preparar o segundo cd, em 1997, um cadáver é encontrado na nascente do Rio Mississipi.

Quem adivinhar quem era, ganha um doce.

Dessa forma trágica, se encerrou a carreira de uma das maiores promessas da década de 90, o que restaram foram influências de um dos melhores discos de todos os tempos.

1. Mojo Pin
2. Grace
3. Last Goodbye
4. Lilac Wine
5. So Real
6. Hallelujah
7. Lover, You Should Come Over
8. Corpus Christi
9. Eternal Life
10. Dream Brother

Link: http://www.*4shared*.com/file/rEScZk_O/Jeff_Buckley_-_Grace__1994_.htm

segunda-feira, 28 de março de 2011

Discos da Minha Vida: The Strokes - First Impressions of Earth [2006]

Como sou uma nostalgia que veste calças, normal se aceitar que a maioria dos discos que tenham impacto na minha vida vinheram de tempos remotos, da Idade Média, para ser mais exato. Discos pós anos 2o00 são raridade, até porque o rock morreu quando Cobain se matou. Não, não posso ser tão exagerado, a coisa continua rolando de boa, e coisas boas apareceram na última década. Entre elas, me ganharam os Strokes e o Arctic Monkeys.

É por isso que esse terceiro álbum do fenômeno americano dos últimos anos aparece por aqui. E por que o terceiro? Por que não o Is this It? ou o Room of Fire? Pelas 5 primeiras músicas. Só eu pra acreditar que um disco valha 5 músicas, mas, First Impressions of Earth, vale.

Barney na rabeira da 1ª Season de How I Met Your Mother apresenta um CD-R que ele acredita ser o motivador de suas manhãs. Sem ele, dificilmente vestiria seu terno impecável e sairia para trabalhar e cantar belas mulheres. A seleção de 10 músicas representa a perfeição, para ele, porque não tem altos nem baixos, é feita em linha progressiva.

Pois bem, do punho de Casablancas pra mim, You Only Live Once, Juicebox, Heart in a Cage, Razorblade e On The Other Side mesmo não sendo tão explosivas quanto a seleção do Sr. Stinson são no mínimo, contagiante. Se pudesse, ouviria constantemente para um bom café da manhã ou para um terrível jantar. Se um disco consegue percorrer assim seu dia a dia, é porque definitivamente faz parte da sua vida.

Por isso, mesmo que seja chamado de 'EP de 5 músicas' e ser declarado como uma repetição controlada dos primeiros discos, não há como não notá-lo. Não há como passar desapercebido pela minha coleção, afinal, sempre tive apreço pelos oprimidos. E para os fãs de Strokes, esse disco é a Hispania da breve carreira da banda. Para mim, é o combustível de nebulosos dias.

Cada um com seu gosto, afinal, gosto é que nem braço, uns tem, outros não.

"You Only Live Once"
"Juicebox"
"Heart in a Cage"
"Razorblade"
"On the Other Side"
"Vision of Division"
"Ask Me Anything"
"Electricityscape"
"Killing Lies"
"Fear of Sleep"
"15 Minutes"
"Ize of the World"
"Evening Sun"
"Red Light"

Link: http://www.*4shared*.com/file/vcWHnl5U/The_Strokes_-_First_Impression.htm

segunda-feira, 21 de março de 2011

The Kooks - Inside In, Inside Out [2006]

Em meados dos meus 16 anos, em uma galáxia já bem distante, eu estava meio desiludido com a música popular tupiniquim. Em meio a uma entresafra indigesta, fui procurar novos ventos movido por torrents, blogs, ares e google. Esses santos da navegação me deram um mar propício ao descobrimento de coisas boas, terras ainda não muito exploradas, conhecidas por estarem povoadas por indígenas com novos sons, culturas e línguas. O chamado universo indie.

Foi nessa navegação que conheci o primeiro disco desses ingleses do The Kooks, 'Inside In, Inside Out', o nome engraçado da banda vem de uma música do Bowie, fato que só fui descobrir quando não tinha nada pra fazer muito tempo depois. A turma é de Brighton, ao sul da Inglaterra, conhecida pela frequência de turistas. Liderados por Luke Pritchard, o melhor sotaque do rock britânico, com a companhia de Max Raffterly, Hugh Harris e Paul Garred, formam um grupo de futuro.

Pois bem, esses ingleses trouxeram uma das músicas mais legais pra se tocar no meu violão durante muito tempo, 'Seaside'. Mas, não é por isso que ganhei afinidade, o britpop ainda rondava a Inglaterra, e não se fazia nada muito diferente de Oasis e Verve no fim da década de 90 e início dos anos 2000.

Então, esses garotos empunharam as guitarras e resolveram fazer um rock não tão melodioso quanto Chris Martin queria impor, não se tratava de beber leite e ir dormir, e sim de tomar um porre e requebrar o esqueleto. Assim apareceram na minha vida Arctic Monkeys, Fratellis e Kooks.

Enfim, chega de história e carimba Godoy, que o som é legal!

  1. "Seaside"
  2. "See the World"
  3. "Sofa Song"
  4. "Eddie's Gun"
  5. "Ooh La"
  6. "You Don't Love Me"
  7. "She Moves in Her Own Way"
  8. "Matchbox"
  9. "Naïve"
  10. "I Want You"
  11. "If Only"
  12. "Jackie Big Tits"
  13. "Time Awaits"
  14. "Got No Love"
  15. "Do You Love Me Still?''
Link: http://www.*4shared.com*/file/HOcwrNQZ/The_Kooks_-_Inside_In_Inside_O.htm

*Tô com um texto sobre a Betânia já engatilhado, porque como diria Raul: eu também vou reclamar.
** Pra quem quiser tocar Seaside, é: D#m F# B C#
D#m F# B C# G#

quinta-feira, 17 de março de 2011

Skank - Multishow Ao Vivo no Mineirão [2010]

Skank aparece por aqui pelo simples fato de terem calado minha boca. Eu, com inúmeras opiniões descartáveis, tinha uma que aparecia como dogma religioso a cada vez que esses mineiros lançavam um disco: 'O Skank só serviu até o 'Ao Vivo MTV Ouro Preto'. Realmente acreditava nisso.

Mas, não é de se jogar pedra em mim, existem alguns fundamentos. Sem dúvida os discos após o DVD não foram nem de perto o estouro dos que levaram ao DVD. A sonoridade já fortemente incentivada pela gravadora, trazia um cunho industrial a turma, sutil, bem realizada, mas, industrial. Muitos fãs, assim como eu, sentiam saudade de coisas como 'Zé Trindade' ou 'A Cerca', certamente, a banda trazia mais sentimento ao seu som, soando mais beatlemaníaca a cada passo.

Mas, após uma penca de cds que me passaram desapercebidos, me deparei com o Festival de Garanhuns do ano passado. Na mesma noite, Skank tocaria antes de Móveis, e eu, um colonial tiete, me dirigiria pra lá. Com meu humor sempre de gosto duvidoso, deixei claro que Skank que abriria para Móveis, que ia ser um show batom na cueca, e blá, blá.

Pois bem, queimei a língua. O que vi foi uma apresentação com um repertório variado, um show energizante, com releituras de sucessos antigos, aliadas a músicas de discos recentes, que ao contrário do que eu deduzia, não eram tão ruins assim.

A partir daí, considerei que eles estavam de volta, nada perto ainda do 'Samba Poconé' que tenho em casa, mas, ainda uma boa banda que consegue fazer boas apresentações, mantendo um padrão ao longo de duas décadas. O Mandrake não é o mesmo de antigamente, mas, é tão digno quanto. É esse show que vi que trago por aqui. Porque o mundo, graças a Deus, não é só baseado nos meus achismos e na minhas opiniões frustadas.

01- Mil Acasos
02- É uma Partida de Futebol
03- Esmola
04- Presença
05- Ainda Gosto Dela
06- Jackie Tequila
07- Balada Do Amor Inabalável
08- Acima Do Sol

09- De Repente
10- Três Lados
11- Vou Deixar
12- Garota Nacional
13- Sutilmente
14- Resposta
15- Vamos Fugir
16- Saideira
17- Fotos Na Estante

18- Uma Canção é Pra Isso
19- Um Mais Um
20- Pacato Cidadão
21- Canção Noturna
22- É Proibido Fumar
23- Amores Imperfeitos
24- Noites De Um Verão Qualquer
25- O Beijo E A Reza
26- Te Ver
27- Ali
28- Dois Rios
29- Tanto (i Want You)
30- Tão Seu
31- De Repente (versão Estúdio)


Link: http://*upmirror.com/5785e1d0t

terça-feira, 15 de março de 2011

Bob Dylan - The Freewheeling [1963]

Há discos que saem do espaço próprio de uma geração, ou de uma época, e se perdem eternamente em um universo paralelo. Universo esse que não é sinônimo de classismo nem de intangibilidade, não estamos falando de Wagner, e sim, de um artista popular, como Bob Dylan. Esses discos são cultuados não por sua beleza, plástica ou forma, são adorados pelo simples fato de serem um retrato em branco e preto de um coração envolto a um contexto social. 'The Freewheeling' é um deles.

Estamos em 1963, em um Estados Unidos em plena Guerra do Vietnã. Bob Dylan era um ascendente cantor folk melodiando canções sobre amores perdidos, guerra, emancipação social e cultural. Era um jovem de 22 anos que escrevia poesias com fortes influências sociológicas e políticas, da maneira como via o mundo, um outro mundo, tão diferente ou tão parecido com o que vivemos hoje.

E porque justamente eu, que não vivo nos Estados Unidos, não presencio diretamente nenhuma guerra, não sou nenhum ascendente poeta que canta acerca de amores perdidos, eclosões sociológicas e políticas sinto-me influenciado por um disco assim?

Pelo simples fato de entendê-lo. Sim, entender, compreender, sacar, se ligar, bater na cabeça e dizer: 'Caralho, é mesmo.' Não que conseguiria escrever com ele, muito menos que conseguiria compor com ele, mas, assimilar que às vezes o maior passo para caminhar e construir a sua história é entendendo o que se passa dentro de sim e o mundo à minha volta.

Com essa intenção, Dylan se tornou o maior poeta que o rock´n´roll já teve, chego a pregar que ele foi o responsável pelo cuidado às palavras que outras gerações trouxeram a música. As respostas sempre são sopradas pelo vento, basta saber ouví-las. Um dos poucos que conseguiram ouvir produziu as grandes trilhas da minha vida, e de muita gente.

  1. "Blowin' in the Wind"
  2. "Girl from the North Country"
  3. "Masters of War"
  4. "Down the Highway"
  5. "Bob Dylan's Blues"
  6. "A Hard Rain's a-Gonna Fall"
  7. Don't Think Twice, It's All Right"
  8. "Bob Dylan's Dream"
  9. Oxford Town"
  10. "Talkin' World War III Blues"
  11. "Corrina, Corrina"
  12. Honey, Just Allow Me One More Chance"
  13. "I Shall Be Free"

*Minha capa de disco favorita: Dylan, em Nova York, caminhando ao lado de Suze Rotolo.

domingo, 13 de março de 2011

Quanta Ladeira - Quanta Ladeira [2011]

Esse carnaval foi demais. E, por causa dele, sinto os reflexos até agora. Digamos que meu esbelto corpo de 21 anos não aguenta mais um tranco tão forte de cachaça, chuva, sol e uma boa dose de shows.

Pois bem, nesse período acompanhei paripasso algum dos melhores momentos do Carnaval do Recife. Retomando 2011 por aqui, trago um deles.
Se você pensar em sarcasmo e gréa, você deve pensar em Quanta Ladeira. E como todo mundo é chegado em uma putaria, o Bloco é sinônimo de sucesso.

A idéia de criar o maior bloco parado do mundo surgiu há algum tempo entre músicos pernambucanos, bastava reunir uma galera boa e entre uma rima e outra, lançar paródias satirizando acontecimentos chaves da nossa atualidade, seja regional, nacional, internacional, whatever.

Pois bem, dentre eles estão Lenine, Lula Queiroga, Silvério Pessoa e uma penca de convidados que se revezam todo ano.
Esse ano acompanhei a apresentação no palco do RecBeat, o pólo Mangue da programação do Marco Zero, no Paço Alfândega. Não me arrependi, com Fafá de Belém entre os convidados de honra, a turma lascou o pau no Recifolia, em Daniela Mercury, em Ronaldo, na mijadeira de Olinda, na Fundarpe, na Empetur e até no coitado do Thiago Lacerda, que acompanhava tudo de forma anônima até metade do show.

Tudo musicalmente acobertado por 'Should I Stay or Should I Go' do Clash, 'Cotidiano', 'Família', 'Meu Maracatu Pesa uma Tonelada' e outros hits da boa música. Lenine dessa fez não foi, assim como outra convidada, a Maria Gadú, pra essa a rima ficaria fácil.
Portanto, quem não foi, não foi. Quem foi, pode relembrar agora, que ano que vem tem mais.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Podem comentar, isso é de vocês também.

Vejo por aqui que o número de visitas é relativamente alto, para um tão curto espaço de tempo. (É, eu posso ver isso, vocês não). Mas, de todo modo, agradeço cada um que passa por aqui, só peço mais uma coisa, afinal, ser humano nunca é satisfeito com nada.. Podem comentar.

Dicas, sugestões, apreços, despreços, não xingando minha mãe, é válido. Esse espaço pertence a vocês também, afinal, música e conhecimento são bens coletivos, nunca individuais.

E vamo que vamo, aponta pra fé e rema.

Frevo do Mundo - Frevo do Mundo [2008]

É carnaval. Sou obcecado por coisas tradicionais, festas principalmente, assim carnaval entra na minha lista. Pra quem gosta de frevo, estar em Pernambuco nessa época é um deleite. Nada contra o carnaval baiano ou carioca. Sou apenas chato demais pra gastar uma fortuna pra ouvir Cláudia Leite nas ladeiras de Salvador ou me esparramar em uma arquibancada por longas 5 horas esperando dezenas de carros alegóricos falando sobre temas de gosto muito duvidoso.

Pois é, e já que aqui estamos, e eu ando de bom humor, lembrei que tinha por aqui uma coletânea propícia para o momento. A 'Frevo do Mundo'. Em 2008, a Candeeiro Records pegou um apoio da Petrobrás Cultural e lançou um cd com os novos nomes da música pernambucana reeditando frevos clássicos. Claudionor Germano que não me ouça, mas às vezes ouvir as mesmas versões o tempo todo, todo santo ano é um saco, e se a música se transforma sem perder a essência, por que não renovar?

Assim Mundo Livre S/A, Eddie, China, Siba e A Fuloresta, Orquestra Popular da Bomba do Hemetério, Cordel do Fogo Encantado, toda aquela turma batida sentou, pensou, e deu novos ares a frevos de Capiba, Aldemar Paiva e Luiz Bandeira. Mesmo com uma galera nova, pouca coisa muda, não se vê uma deturpação do ritmo, é tudo feito com muito bom gosto, como é de costume quando se tem por detrás uma produção acompanhada por Spock.

Então, entre uma subida e outra em Olinda, entre um Bloco e outro por aí, entre uma bicada e outra com os amigos, se delicie com esse material. E guarde, que é dos bons.

A palavra frevo vem de ferver, por corruptela, frever, que passou a designar: efervescência, agitação, confusão, rebuliço; apertão nas reuniões de grande massa popular no seu vai-e-vem em direções opostas, como o Carnaval.
(wikipedia rules)

Taí a melhor música de Pernambuco, a mais rápida do mundo.

01-Eddie - é de fazer chorar
02-João Donato - fogão
03-Céu e 3 na Massa -frevo da saudade
04-Mundo Livre SA - metendo antraz
05-Orquestra Imperial - o dia vem raiando
06-China e Sunga Trio - Oh, bela!
07-Ortinho - só presta quente

08-Siba e a Fuloresta - os melhores dias de minha vida
09-Cordel do Fogo Encantado - saudade

10-Isaar de França - paraquedista
11-Flor de cactus - inquenta muié
12-Edu Lobo - Recife (frevo n.1)
13-Erasto Vasconcelos - papel crepon
14-Orquestra Popular da Bomba do Hemetério - cabelo de fogo