quinta-feira, 30 de junho de 2011

Discos da Minha Vida: Oasis - Be Here Now [1997]

Assim como nós, plantas e os mandatos do Sarney, as bandas também tem seus ciclos de vida. Embora, que assim como os mandatos do Sarney, elas nunca terminem. O Oasis, infelizmente, terminou. Entretanto, um dia teve seu apogeu. E essa crista da onda, 'definitely maybe' (ótimo trocadilho, han?), aconteceu com o Be Here Now. Já ouvi muito que o Be Here Now não é o melhor disco da banda e sempre respondi da mesma forma: - o que vocês tem na cabeça? é claro que é.

As melhores produções das nossas vidas geralmente acontecem quando nós vivemos o nosso auge mental, físico e emocional. Como acredito que um ser humano deve passar por todas as etapas de sua mísera existência, essa fase deve acontecer dos 25 aos 35 anos, por aí. Nesse contexto, é obrigatório que nós teremos que ter feito alguma coisa relevante. Aquela coisa do plantar filho, escrever uma árvore e fazer um livro.

Vivendo o topo de sua carreira meteórica, o Oasis era como uma grande banda comum. O vocalista apesar de se embebedar conseguia altos tons com sua voz rasgada que Deus lhe deu, o guitarrista cabeçudo apesar de cheirar um caminho de cocaína de Recife a Salvador conseguia letras e melodias divinas, que enlouqueciam fãs pelo mundo a fora.

Eram os Gallaghers brigando a torta e à direta e brincando de fazer rock´n´roll. Por isso que esse terceiro disco era tão esperado. Longas filas se formaram nas primeiras lojas ao amanhecer em agosto de 1997, fãs que desde madrugada se apertavam em cobertores e barracas de camping esperando o primeiro sinal para invadirem a prateleira e comprarem o novo disco da maior banda do mundo. E foi justamente isso que aconteceu.

Be Here Now quebrou o recorde que pertencia aos Beatles do álbum mais vendido em menos pouco tempo da história. Muitos críticos, depois de tanta badalação, consideraram o disco um fracasso. Havia letras desconexas, solos demais, baladas longas demais. Ora, isso é música, e pelo que eu sei, uma das sétimas artes. Se querem algo que se encaixem em um padrão, vão ouvir Luan Santana. Noel Gallagher assina todas as faixas, da amorosa Stand By Me a uma Don´t Go away lotada de arrependimento, daqueles que se dá como comprimidos, de 6 em 6 horas, duas vezes ao dia: 'Eu preciso de mais tempo para consertar as coisas.'

Enquanto o pau comia solto em 'I Hope, I Think, I Know', havia até um pequeno Submarino Amarelo em 'All Around The World', numa clara alusão ao Sgt. Peppers dos Beatles. Uma obra-prima, que sempre vai tocar na minha cabeça e nos meus sons aí. Recomendo o original desse disco, primeiro porque é um disco do Oasis, e segundo porque existem vários significados por trás da capa legal. O Rolls Royce na piscina é réplica de um pertencente a John Lennon, assim como a placa remete ao camburão de Abbey Road. Já a pose do Noel, é uma imitação de Ringo Starr em Magical Mistery Tour. Se você, meu amigo, quiser lembrar de algo ou alguém, lembre dos momentos bons, dos que eles fizeram de melhor. Lembre-se de Be Here Now.

01- Do You Know What I Mean?
02- My Big Mouth
03- Magic Pie
04- Stand By Me
05- I Hope, I Think, I Know
06- The Girl In Dirty Shirt
07- Fade In-Out
08- Don´t Go Away
09- Be Here Now
10- All Around The World
11- It´s Gettin Better Man!
12- All Around The World (reprise)

Link: http://www.*4shared.com*/file/O0qZHKOc/1997_-_Be_Here_Now.htm

sábado, 25 de junho de 2011

Roberto Carlos - Detalhes [1971]

Feriadão, vida tranquila em demasia. A minha relação com ídolos é interessante, costumo ter uma grande empatia pelo simples critério de indentificação. É, como uma votação de BBB, gosto de algo ou alguém em que possa me identificar. Se não me identifico, com certeza irá para um paredão. Nessa esteira a gama de heróis parece infindável, gosto do Nick Heidfeld pelo simples fato de ele, como eu, ser baixinho, barbudo e nunca ter vencido uma corrida de F1. Ou seja, parece que é uma estensão minha, lá na Renault, tentando mostrar que nós temos vez.

Dessa mesma forma, queria ser muito deles. E, com certeza, se vivesse na década de 60, queria ser Roberto Carlos. Roberto é um compositor sui generis, talvez, nunca mais o Brasil fabrique alguém com ele. Não falo nem em mídia, em impacto geral na música brasileira, mas, de puro refinamento como ele. Ele é um Chico sem samba, métrica e política, mas, com os mesmos sentimentos e carinho quando se trata dessa nobre arte de fazer música. Porque, afinal, não é isso que importa?

E é por aí que deriva a minha admiração. Assim como Roberto, sou um romântico em relação a vida. Mulheres, amigos, corridas de carro, futebol e música. Consigo trazer algum sentimento estreito em qualquer âmbito da minha vida, assim, faço que ela seja de alguma forma importante pra mim, não que melhor ou pior vivida que qualquer uma, mas, com uma tônica propriamente minha. Esse disco, traz mais ou menos isso. Os detalhes tão pequenos de nós dois que são coisas muito grandes pra esquecer.

Tudo seu, cara pálida, dura pra sempre, pois cada momento impregna nessa tua alma cambaliante. Tudo que te toca, também é tocado, se te causa dor ou prazer, também ressoa dor e prazer. E esse disco, essa relações de forças, que aparece por aqui. Em 1971 ele lançava essa pérola da discografia nacional, que venderia não menos que 1 milhão de cópias. É, 1 milhão. Em uma época que não se tinha os meios para publicidade e marketing como hoje, é disco pra cacete.

Aliado ao maestro americano Jimmy Wisner, Roberto escreve sobre amor, perda, religião e faz uma homenagem ao Caetano Veloso (que nunca vou perdoar por ter maculado 'Come As You Are'). Pelas palavras do próprio Caetano:

'Recebi Roberto na minha casa em Londres, quando estava exilado. A saudade do Brasil era enorme, ele pegou o violão e começou a tocar 'Nas Curvas da Estrada de Santos'. Chorei.'

Tudo que lhe toca, também é tocado. E essa é a grande virtude da música desse vovô, conseguir transparecer para milhões de brasileiros o que sente, indo além, fazendo todos sentirem o que sente. Uma façanha que nenhuma ligação estreita com Globo e Calcinha Preta pode fazer perder minha identificação.

*O vídeo nem é o Roberto, é uma versão de 'Traumas' feita pelo Amarante. Achei legal o bastante para substituir um Rei.

01- Detalhes
02- Como 2 e 2
03- A Namorada
04- Você Não Sabe o Que Vai Perder
05- Traumas
06- Eu Só Tenho Um Caminho
07- Todos Estão Surdos
08- Debaixo dos Caracóis dos Teus Cabelos
09- Se Eu Partir
10- I Love You
11- De Tanto Amor
12- Amada, Amante

Link: http://www.*4shared*.com/file/DN-6VRE4/1971_-_Roberto_Carlos.htm


domingo, 19 de junho de 2011

The Calling - Camino Palmero [2001]

É impressionante como por muitas vezes no mundo do entretenimento as coisas surgem e caem por terra em uma velocidade impressionante. Essa semana fiquei assustado ao ver empoeirado, escanteado e com um adesivo de R$ 6,90 em uma loja de cds, o Camino Palmero do The Calling. R$ 6,90 é muito barato pra um disco original, pra mim um preço ideal, mas, longe dos padrões fonográficos. É quase mais barato que o disco do Supla, que era vendido nas bancas de jornais com uma capa duvidosa e um conteúdo mais ainda dubitável.

Pra mim, contemporâneo dos idos dos anos 2000, fica difícil imaginar hoje escanteado por um preço irrisório um 'fenômeno pop' como o The Calling. Há 10 anos atrás, eu tinha 12 anos, e Alex Band e outros rapazes que nunca sei o nome lançaram esse cd. Uma febre.

Aquela época, nostálgico como sou, considero que era bem melhor que o que vivemos hoje, pelo menos pra adolescentes com indícios de espinha como eu. Explico. Fosse emitir uma classificação, poderia dizer que o que era ruim, não era tão ruim assim. Expoentes pops fabricados, daquelas coisas de indústria mesmo, veiculada aos montes por todo mundo, tínhamos uma colegial Britney Spears e algumas boys bands, como os Backstreet Boys. Na vertente dita como poprock (esse gênero que só o Brasil que costuma adotar) se tinha coisas como Blink 182 e The Calling, que se não eram um primor de musicalidade, estavam longe de serem tão ruins como as bandas americanas atuais. Confesso que até gostava, ouvia e ainda recomendo até hoje.

Quem tem mais ou menos a minha idade, sabe bem do que foi a febre por esse disco, que durou cerca de ano. Eu, recordando com muito esforço, lembro que ouvi pela primeira vez sobre esses caras em meio a uma novela global das 6 da tarde, com Caio Blat de protagonista, chamada Coração de Estudante. Lá, 'Whetever You Will Go' sacudia a trama amorosa de algum roteiro pouco produzido e caía nas graças da garotada. Uma balada romântica, bem elaborada nos padrões mainstream e bem executada por garotos nos seus 20 anos de idade. Não tinha muito como dar errado.

Eu, meus amigos, as meninas do colégio e todos os pré-adolescentes entre 12 e 18 anos de idade escutavam essa faixa todo santo dia. A MTV exibia o clipe diariamente, onde um vocalista metido a galã enlouquecia menininha por todo o globo, uma overdose construída e bem elaborada que pelo menos no prazo estipulado cumpriu seu papel. Mas, e depois?

Depois a coisa ficou complicada, empresários e críticos viram que o The Calling não era tão 'chamativo' assim e tudo ficaria resumido a mais um disco. Alex Band, o bonitão da turma, já conhecido perante um público enorme, fez o mais correto pra sua carreira. Pulou fora da barca. Só que ao pular fora da barca, pareceu continuar nadando sem muito sinal de resgate. Superestimando seu talento, passou a se apresentar individualmente e depois sumiu do mapa. Fãs da banda, podem ficar putos comigo, mas, não tô nem aí, toda essa turma do estrelato se tornaram irrelevantes.

De repente, em 2009, na cidade que cresci, perto da casa da mamãe, vi que Alex Band se apresentaria. Fiz aquela cara de: 'WTF, será que é ele mesmo? E era. Em um show reservado, ao violão, entoou 'sucessos' da banda e canções de um disco próprio. Tudo bonitinho, organizado e digno. Mas, pra um cara que experimentou os topos das Billboards da vida, deve ser frustrante pra cacete. Mas, o que é a graça da vida, se não fossem seus altos e baixos e suas contradições?

Quanto ao disco: é legal, bem produzido, jovial, quem não conhece, vale a pena ouvir, dos mais antigos, matem a saudade. Afinal, todo mundo merece ter um amor embalado por 'Whatever You Will Go' e conhecer a maldita da 'Adrienne'.

01- Unstoppable
02- Nothing´s Changed
03- Whatever Will You Go
04- Could It Be Any Harder
05- Final Answer
06- Adrienne
07- We´re Forgiven
08- Things Don´t Always Turn Out That Way
09- Just That Good
10- Thank You
11- Stigmatized
12- Whatever Will You Go (Live)
13- Lost

Link: http://www.*4shared.com*/file/jDJ5AD2s/The_Calling-Camino_Palmero_200.htm


sábado, 18 de junho de 2011

Black Sabbath - Paranoid [1970]

É isso aí macacada, vamos falar de discos.

Nunca tive muito tesão por heavy metal, acho algumas bandas consagradas como Angra irrelevantes. É, irrelevantes. Aquele compasso rápido ao estilo Top Gear parece-me tão vazio quanto um hardcore contemporâneo. Sabe como é, gostos. Mas, admiro duas bandas desse gênero, que com certeza passarão por aqui. A primeira é o Black Sabbath, uma das fontes do metal.

Se você é algum preconceituoso religioso de meia tigela, considera que o rock é fruto do diabo e que qualquer cabeludo vestido de preto andando em sua direção na rua é uma alma penada que está pagando seus pecados ao custo dos seus ouvidos de santidade.. Bem, os responsáveis pela criação dessa sua idéia, foram o Black Sabbath. No final da década de 60, Ozzy Osbourne, Bill Ward, Tony Iommi e Greeze Bluter mudaram o conceito do rock´n´roll da época, trazendo aos cabeludos fãs de solos de guitarras quilométricos a noção do que era o blues.

De Birmigham, Inglaterra, se aliaram ao Deep Purple e o Led Zeppelin como pais do que consideram como a vertente mais extremista do rock´n´roll, meio que uns xiitas do ritmo, em sua versão mais estereotipada. A história conta que Ward e Iommi responderam a um chamado de um vocalista locão da pequena cidade inglesa, chamado Ozzy Osbourne. Como Ward era fã de filmes de terror, ao assistir uma película italiana, traduzida para o inglês como 'Black Sabbath', via ali um nome ideal para a banda.

A partir daí, começava uma temática sombria e aliada ao misticismo pagão em seu disco de estréia, só alternando um pouco com a chegada de Paranoid. O Paranoid é do caralho, dentre outros motivos pelo que Ward e Iommi fazem nas faixas. A bateria e os riffs seguros dos dois, traduzem uma originalidade que ainda não havia pisado no rock. Osbourne ainda sem nenhuma sequela do uso maciço de drogas, canta canções sobre a guerra do Vietnã, chutando o pau da barraca e chamando os responsáveis pela desastrosa investida americana e britânica no Oriente de 'Porcos da Guerra' em 'Wars Pigs'.

Aliada ao lado político, aparecem uma boa dose de ficção científica, em 'Iron Man', em conjunto da abordagem das consequências do uso de entorpecentes em 'Hand Of Doom'. Ou seja, se você fosse um jovem ocidental no começo dos anos 70, você iria enlouquecer por esse disco. E realmente, foi o que aconteceu.

Com ele, o Black Sabbath chegou a décima segunda posição das paradas americanas. A tradução da essência do 'lado negro' do rock, ficaria pra sempre, reservada a esses ingleses.

01- War Pigs
02- Paranoid
03- Planet Caravan
04- Iron Man
05- Eletric Funeral
06- Hand Of Doom
07- Rat Salad
08- Fairies Wear Boots

Link: http://www.*fileserve.com*/file/Rdc3Mwf


quinta-feira, 9 de junho de 2011

Pearl Jam - Ten [1991]

O surgimento do movimento de Seattle é um bom tema para um especial, mas, antes disso, o Pearl Jam tinha que dar suas caras por aqui. A história é mais ou menos batida, todo mundo sabe mais ou menos um pouco. De uma cidade no Estado de Washington surgiu após o fenômeno Nirvana um punhado de bandas de camisa flanela e calças jeans rasgadas, com influência do punk e no rock clássico dos anos 70, dentre elas, estavam Eddie Vedder e cia.

O interessante desses movimentos musicais, é que, apesar de acontecerem entre algumas gerações, não são necessariamente conexos. O fato do Pearl Jam ser de Seattle, não quer dizer que andavam de mãos dadas com Kurt Cobain em um parque municipal todo domingo à tarde, não existe uma necessidade de saírem de um mesmo grupo, pode acontecer como em Brasília, onde todos eram miguxos, mas, digamos que a cena americana era bem mais cheia de variedade do que a cidade de Kubitschek.

Pois bem, posso realmente considerar que nada se comparou ao que Nirvana representou, nem industrialmente, nem musicalmente, afinal, não se tem um hitmaker como Cobain em toda ponta de esquina, mas, gosto bem mais do Pearl Jam. Por quê? Porque posso dizer que são mais ricos musicalmente.

A idéia desses caras nunca foi reeditar um Pixies, o que queriam era aliar vários gêneros que gostavam tentando afugentar ao máximo o hair-metal que aparecia no top 10 da música americana. Era tocar por tocar, sem perucas, botas, maquilagem e rímel, sem frescura. A brincadeira começou quando Jeff Ament e Stone Gossard formaram o Green River. Com a separação da banda, trouxeram Andrew Wood e passaram a se chamar Mother Love Bone. Só que, exagerando na heroína, Wood bateu as botas.

Assim, era necessário um novo vocal. Foi quando surgiu Eddie Vedder e Mike MCcready, após participarem de um tributo do Soundgarden e do Mother Love Bone à Wood. Tentando testar o garoto, Jeremy Irons, enviou uma fita para Vedder com alguns grooves da banda e recebeu de volta um punhado de letras para as canções.

Vedder, um surfista de fim de semana, tinha umas cartas na manga, e resolveu joga-las pra ver o que a turma achava, deu certo. Uma se chamava ‘Alive’, a outra ‘Once’. A primeira, baseada em uma experiência pessoal de Vedder, viraria o maior clássico do grupo.

Assim, em 1991, nasceu o Ten, a voz de barítono de Eddie Vedder e a guitarra blues de Mike MCcready caracterizariam uma das maiores bandas do rock americano, uma mistura de Neil Young com The Doors, com punk, com surf music, e o caralho a quatro, algo novo, que renderia milhares de jovens americanos a uma outra vertente do rock de Seattle.

Era só o começo, pequenos gafanhotos, era só o começo.

01- Once
02- Evenflow
03- Alive
04- Why Go

05- Black
06- Jeremy
07- Oceans
08- Porch
09- Garden
10- Deep
11- Release

Link: http://www.*4shared.com*/file/snVbhbep/_1991__Pearl_Jam_-_Ten.htm


quarta-feira, 8 de junho de 2011

Franz Ferdinand - Franz Ferdinand [2004]

Creio eu, inocentemente, que por mais que o Brasil seja hoje considerado como um país em franco desenvolvimento econômico, a visão gringa sobre essa pátria amada ainda é constantemente cheia de estereótipos. Talvez, para alguns finlandeses em Helsinque, somos um povo que vive entre macacos, exportando bananas, bundas, jogadores de futebol e samba. Por alto, conhecem gente como Pelé ou Ayrton Senna. Por alto, eu disse.

Mas, não posso culpá-los, acho até engraçado essa necessidade que no século XXI todos têm de estarem interligados o tempo todo com todas as nuâncias do globo, bradando comentários 100% pertinentes e politicamente corretos. É um puta pé no saco. Pois bem, tanto perdôo (é, com circunflexo mesmo, foda-se nova reforma) os finlandeses, que espero que os escoceses também me desculpem.

Sei muito pouco sobre esse território britânico, minha visão estereotipada considera que lá todos os homens usam saias, boinas, bradando por aí sua gaita de foles ao redor do Lago Ness. Talvez, por estupidez minha, só conheça três escoceses relevantes: Jack Stewart, David Coulthard e Paul Di Resta. Mas, com o aparecimento do Franz Ferdinand pude começar a me gabar que conhecia um pouco além, ouvia rock escocês.

Franz Ferdinand, ou Francisco Ferdinando, naquela velha mania que temos de traduzir tudo, foi o arquiduque da Áustria-Hungria que em um belo passeio em Sarajevo em 1914, foi assassinado por um estudante sérvio magricela chamado Gravilo Princip, tornando essa morte o estopim para a Primeira Guerra Mundial. E a banda? Ah, a banda.

Nascida em Glasgow em 2002, Alex Kapranos e companhia queria reeditar um Talking Heads pós-anos 2000, com pitadas de art pop. O grupo praticamente surgiu dentro do círculo social da Escola de Belas Artes da capital escocesa, ou seja, era óbvio que a estética gráfica vinhesse à tona junto com a música. Esse disco me veio na cabeça, logo após o post sobre o The Who, talvez porque o Franz lembre muito os ingleses em seu começo de carreira, aquela velha idéia pretensiosa de aliar a arte moderna ao rock, e instituir de alguma forma um som blasé levando-se aquele mero underground a outro nível.

Intenções a parte, não nego que eles nesse disco de estréia em relação ao seu som, acertaram a mão. Há uma alternatividade imensa de compassos entre as faixas, de um lado a dançante e empolgante ‘Take Me Out’, do outro, uma monstruosa balada romântica em ‘Auf Achse’, segundo o próprio Kapranos: ‘Queremos fazer música para as garotas dançarem’. Nisso, realmente conseguiram.

Reconheço que é um disco que lhe deixa elétrico em várias situações, de um domingo chuvoso, a uma sábado de praia, a pulsação das faixas aliada ao sotaque britânico de Kapranos deu consistência a uma idéia que aparentemente poderia parecer muito esnobe pra dar certo. Lançado em 2004 e produzido na Suécia, Franz Ferdinand colocou de cara ‘Take Me Out’ no top 3 das paradas britânicas, nada mal, pra um arquiduque assassinado.

01- Jacqueline
02- Tell Her Tonight
03- Take Me Out
04- Matinee
05- Auf Achse
06- Cheating On You
07- This Fire
08- Darts Of Pleasure
09- Michael
10- Come On Home
11- 40 Ft

Link: http://www.*4shared.com*/file/GSNXaO74/Franz_Ferdinand__2004_.htm


segunda-feira, 6 de junho de 2011

The Who - My Generation [1965]

Gosto muito de discos de estréia, são diferenciados pra mim, porque sua produção é geralmente totalmente diferente dos discos seguintes, e isso aumenta ainda mais, quando se tem uma banda clássica, ou de carreira extensa.

O The Who é sim, um clássico. Quando se é jovem, imagino eu, que dentro de um grau de normalidade, abre-se uma esteira de oportunidades à sua frente, e você, cara criança, não sabe muito bem o que porra deve fazer. Por isso defendo, que todo ser humano tem que passar por certos estágios de aprendizado e formação de personalidade, antes de ser capaz de tomar suas próprias decisões. Ser assim, um estagiário da vida. Aqueles que pulam etapas, seja na carreira profissional ou na pessoal, acaba frustrado e incapaz de compreender as minúncias desse universo maluco.

Essa coisa de com 19 anos já ser pai, ter responsabilidades de adulto e ser referência pra um monte de outras crianças é estúpida e perigosa, deveria ser uma exceção, e não se tornar uma regra, como grande parte público impõe ao ver alguém como Neymar. Como os discos de estréia geralmente acontecem nessa faixa etária entre seus integrantes, é legal ver as nuâncias que podem tomar, e as possibilidades que criam.

E foi assim, com My Generation. Antes mesmo de se tornar The Who, a banda trabalhou ainda três nomes: The Confederates, High Numbers e The Detours. Peter Thowsend, Roger Dawltrey, Keith Moon e John Entwistle, como grande parte dos jovens de Londres naquela época, queriam ser um mod. Mods eram uma caracterização própria da juventude londrina, surgido em meados da década de 60, eram garotos vindo de famílias de classe média, com uma boa base intelectual, que queriam se ligar nas tendências da moda da época, vestir ternos justos e se entorpecer com anfetamina. Em tese, eram um puta de uns esnobes pretenciosos. Para outros, uma subcultura.

Como eram jovens, e pouco sabiam o que queriam, dispensaram empresários, integrantes e trocavam de gravadora a torta e à direita, tentando até encaixar um single na cena mod da época, ‘I´m The Face’, composto por Pete Meaden, que deu errado.

A coisa só começou a mudar de figura, quando arranjaram o mesmo produtor do Kinks, Shel Taimy, que conseguiu domar e criar um rosto pra o som da banda. Eles soariam como Kinks, e lançariam seu primeiro álbum, que cá entre nós, de ótima qualidade.

Antes de se tornarem mais pretensiosos ainda, inaugurando a primeira ópera rock da história, em Quadrophenia, o The Who era cru e suscinto, seja nos riffs de ‘I Can´t Explain’, na bela ‘My Generation’ (A versão do Oasis é muito boa) e ‘The Kids Are Alright’, ressaltando bem o que acontecia com aquela geração. Porque arriscar, cometer erros, ser impetuoso e por muitas vezes irresponsável faz parte da construção de uma vida e de uma carreira, prodígios são exceções, que não deveriam ser levados ao status de referência, nem pra mim, nem pra ninguém.

Aqui estão eles, pela primeira vez, e não última.
ressaltando bem o que acontecia com aquela geraçgurando a primeira nks, Shel Taimy, que conseguiu domar e criar compreender as

01- Out In The Street

02- I Don´t Mind

03- The Good´s Gone

04- La-La-La-Lies

05- Much Too Much

06- My Generation

07- The Kids Are Alright

08- Please, Please, Please

09- It´s Not True

10- I´m a Man

11- A Legal Matter

12- The Ox

Link: http://*www.4shared.com*/file/TMmSJ2YN/1965_-_The_Who_Sings_My_Genera.htm