quinta-feira, 20 de setembro de 2012

James Blunt - All The Lost Souls [2007]

Deve ser extremamente complicado sair de um disco de estréia com um hit implacável em vendas e a imensa expectativa na criação de um novo álbum que repercuta em sucesso e dinheiro o valor do primeiro. Essa sensação deve ter sido experimentada por James Blunt na composição de All The Lost Souls. É nesse momento que o artista pode fazer alguma idiotice e colocar a perder toda uma propensa carreira meteórica que está por vir. 

Não se enganem crianças, ninguém vive profissionalmente de música simplesmente porque acha bonitinho. Utilizar seu talento de forma inteligente pode ser extremamente rentável e trazer enormes frutos pessoais também. Ninguém quer estragar uma vida do dia pra noite. Por mais artístico que se auto-intitule.

Nessa toada James se aliou a alguns compositores como Mark Batson, Steve McEwan  e Max Martin para criar um disco que refletisse seu lado romântico de forma extremamente clara. Essa idéia derivou inúmeras críticas por parte da imprensa musical, principalmente da Rolling Stone, que classificou o álbum como "baladas esquecíveis". Pobres americanos. Não sabem o que dizem. O que na verdade All The Lost Souls traz é um álbum concebido em cima de um conceito de música romântica que vende, é legal e faz sucesso até hoje. 

Afinal, é completamente humano nos revestirmos de sentimentos bons ao convivermos com quem nos faz bem. Essa idéia quando refletida no campo amoroso e sexual traz o maior ambiente possível para a criação musicial. É por isso que sou fã de músicas românticas. No fundo, é preciso muito coração pra se fazer uma. E muita coragem pra assumir o que se sente.

Desse modo, esse inglês ex-combatente em Kosovo traz uma linha clássica nas composições do disco, com uma entrada melancólica, um ápice e um fim novamente melancólico praticamente em todas as faixas. O que poderia soar como mesmice traz uma coesão e coerência que fazem desse CD um bom disco romântico. E é assim que desfilam coisas como "1973", "Same Mistake" e "Carry You Home'', sempre aliadas aos riffs de piano e o acompanhamento da guitarra, pela primeira vez sutil e elegante, explorando o timbre do inglês. 

Na verdade, o único pecado da obra é a abstração de James em alguma de suas composições, sempre revelando uma tendência a fugir da autobiografia constante no primeiro disco. Talvez por isso, All The Lost Souls, seja um contraponto do primeiro disco. Enquanto Back To Bedlam tinha um conceito íntimo, o segundo disco abre as portas para uma melancolia sentida por todos. Melancolias inesquecíveis e necessárias.

01- 1973
02- One of The Brightest Stars
03- I´ll Take Everything
 04- Same Mistake
05- Carry You Home
06- Give Me Some Love
07- Shine On
08- Annie
09- I Can´t Hear The Music

 Link: http://www.*4shared.com*/rar/xHB3DUhM/All_The_Lost_Souls__Deluxe_Edi.html





quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Maria Rita - Maria Rita [2003]

Maria Rita. Filha de Elis Regina. Essa rotulação acompanha e deverá acompanhar a cantora em toda a sua carreira. Não é por menos, Maria Rita é filha da maior cantora do Brasil. Sim, da maior. Me desculpem Ivete Sangalos e Cláudia Leittes da vida, mas, ninguém interpretava uma canção como Elis. 

Algo estupendo como um furacão, um tornado, uma explosão de sentimentos baseado apenas na música. Parecia que a canção fazia parte das suas veias, acho que talvez o fizesse. Elis foi um cometa que desapareceu rápido na música brasileira, a marcando para sempre. Sua filha, nesse primeiro CD, começou a tentar trilhar esse caminho.

O grande problema dos filhos de artistas é a sua constante comparação com seus pais. A questão é que pessoas são diferentes, não importa o quanto parecido sejam de outras, e isso é duro de aceitar, principalmente pra quem o faz de longe, como um observador quase distante. Como filhos de gênios, por mais propensos que sejam a seguir o que seus pais fizeram, sempre irão encarar dificuldades que todos encontrariam. Ninguém é copia de ninguém. Todos temos nossas originalidades.

Nesse primeiro CD, talvez Maria quisesse estreear na música com um pouco da lembrança de sua mãe. O cabelo curto, o sorriso na capa em preto e branco e a interpretação de grandes compositores da nossa época. Entretanto, ela é inteligente pra saber que não é a mãe, não podendo pautar sua carreira em uma idéia idiota como essa.

Para nossa sorte, sua tentativa visual é apenas conceitual e não uma intensa construção marketeira que poderia destruir seu talento. Como intérprete de letristas, escolheu como parceiros grandes compositores brasileiros contemporâneos e antigos. De Marcelo Camelo exalta "Veja Bem Meu Bem', 'Cara Valente' e 'Santa Chuva'. Do galego Lenine escolheu "Lavadeira do Rio'. De Milton Nascimento trouxe 'A Festa'. E da maior roqueira do país, Rita Lee, cantou 'Agora Só Falta Você' e 'Pagu.' Tudo assinado por Tom Capone.

Pagu. Talvez a grande canção que exalte mulheres como Elis e como a filha, Maria Rita. A mostra viva que nem toda brasileira é bunda. Um ótimo disco de estréia. Com certeza a mamãe ficaria muito feliz e daria um sorriso daqueles.

01 - A Festa
02 - Agora Só Falta Você
03- Menininha do Portão
04- Não Vale à Pena
05- Dos Gadenias
06- Cara Valente
07- Santa Chuva
08- Menina da Lua
09- Encontros e Desencontros
10- Pagu
11- Lavadeira do Rio
12- Veja Bem, Meu Bem
13- Cupido

Link:  http://www.*4shared.com*/rar/gZY_AU6A/Maria_Rita.htm