Deve ser extremamente complicado sair de um disco de estréia com um hit implacável em vendas e a imensa expectativa na criação de um novo álbum que repercuta em sucesso e dinheiro o valor do primeiro. Essa sensação deve ter sido experimentada por James Blunt na composição de All The Lost Souls. É nesse momento que o artista pode fazer alguma idiotice e colocar a perder toda uma propensa carreira meteórica que está por vir.
Não se enganem crianças, ninguém vive profissionalmente de música simplesmente porque acha bonitinho. Utilizar seu talento de forma inteligente pode ser extremamente rentável e trazer enormes frutos pessoais também. Ninguém quer estragar uma vida do dia pra noite. Por mais artístico que se auto-intitule.
Nessa toada James se aliou a alguns compositores como Mark Batson, Steve McEwan e Max Martin para criar um disco que refletisse seu lado romântico de forma extremamente clara. Essa idéia derivou inúmeras críticas por parte da imprensa musical, principalmente da Rolling Stone, que classificou o álbum como "baladas esquecíveis". Pobres americanos. Não sabem o que dizem. O que na verdade All The Lost Souls traz é um álbum concebido em cima de um conceito de música romântica que vende, é legal e faz sucesso até hoje.
Afinal, é completamente humano nos revestirmos de sentimentos bons ao convivermos com quem nos faz bem. Essa idéia quando refletida no campo amoroso e sexual traz o maior ambiente possível para a criação musicial. É por isso que sou fã de músicas românticas. No fundo, é preciso muito coração pra se fazer uma. E muita coragem pra assumir o que se sente.
Desse modo, esse inglês ex-combatente em Kosovo traz uma linha clássica nas composições do disco, com uma entrada melancólica, um ápice e um fim novamente melancólico praticamente em todas as faixas. O que poderia soar como mesmice traz uma coesão e coerência que fazem desse CD um bom disco romântico. E é assim que desfilam coisas como "1973", "Same Mistake" e "Carry You Home'', sempre aliadas aos riffs de piano e o acompanhamento da guitarra, pela primeira vez sutil e elegante, explorando o timbre do inglês.
Na verdade, o único pecado da obra é a abstração de James em alguma de suas composições, sempre revelando uma tendência a fugir da autobiografia constante no primeiro disco. Talvez por isso, All The Lost Souls, seja um contraponto do primeiro disco. Enquanto Back To Bedlam tinha um conceito íntimo, o segundo disco abre as portas para uma melancolia sentida por todos. Melancolias inesquecíveis e necessárias.
01- 1973
02- One of The Brightest Stars
03- I´ll Take Everything
04- Same Mistake
05- Carry You Home
06- Give Me Some Love
07- Shine On
08- Annie
09- I Can´t Hear The Music
Link: http://www.*4shared.com*/rar/xHB3DUhM/All_The_Lost_Souls__Deluxe_Edi.html
Tiago, todo bom? Será que daria pra upar H gessinger no bar woodstock de novo? Gosto muito daquele cd, mas não consigo encontrá-lo
ResponderExcluirObrigado
ramon.freire@ig.com.br