domingo, 21 de agosto de 2011

Kasabian - Kasabian [2004]

Ops, peguei vocês, han? A distância infidável entre a última postagem e essa era com o único intuito de demonstrar que essa coisa sem noção aqui não acabaria. Vocês estão todos ferrados, isso é que nem Malhação, sempre vai existir com as mesmas histórias, só alterando o elenco. Nunca gostei de música eletrônica, posso aqui externar meu repúdio? Claro que posso.

A Constituição garante criticarmos algo abertamente, de forma coerente. Mesmo que isso seja considerado politicamente incorreto por qualquer veículo de mídia. Pois é. Eu nunca gostei de música eletrônica. Pra mim, é totalmente fútil e dispensável, talvez, nem se encaixe no conceito de definição musical.

Aprendi com 8 anos de idade, que música se tratava da junção de 3 elementos: ritmo, harmonia e melodia. Se falta algum esses elementos não é música, é coisa de criança batucando por aí. Por isso, fica difícil pra mim aceitar o eletrônico, fico sempre achando que tô jogando Top Gear (é, o clássico, original).

Pois bem, mesmo com esse meu pré-conceito, é inevitável que o rock se alie ao eletrônico, a tal sonoridade moderna. Foi dessa união, tão batida na última década, que surgiu o Kasabian. Kasabian é uma banda de rock britânico da mais pura qualidade, um biscoito fino. Gosto dela só pelo nome (Casêiban), uma escolha de muita sobriedade, um dos melhores nome fantasias que já ouvi se tratando de rock´n´roll.

O nome vem de Linda Kasabian, membro da Família Manson, aquele grupo de fanáticos religiosos (bota fanáticos nisso) criado por Charles Manson, que foi testemunha nos crimes cometidos pelo grupo. Tom Meighan, Sergio Pizzorno, Jay Mehler, Chris Edwards e Ian Matthews se conheceram na escola, em Leicestershire, um condado inglês, cuja cidade mais importante é Leicester.

O início, foi clichê, meninos com instrumentos na mão tentando homenagear seus ídolos com uma banda de nome idiota, Saracus. Em 1999, o primeiro EP, mas, apenas 5 anos depois, conseguiriam o primeiro disco, esse aqui, com auto-título. Kasabian foi lançado em 2004, e me encheu os olhos por trazer uma linha de baixo permeante em todas as faixas, de forma contínua e bem construída, são quase um Stone Roses dos anos 2000, com um puro requinte.

A voz de Tom Meighan é impregnante, lembrando um pouco Richard Ashcroft, com pura influência do britpop dos anos 90. Já eles, os elementos eletrônicos, estão por todo o disco, os efeitos e samplers se fazem presente em todas as faixas, mas, não são componentes essenciais, são adereços que componhem o disco.

Como eu, acho inocentemente, que deve ser, o eletrônico auxiliando a música, não querendo ter pernas próprias.

01- Club Foot
02- Processed Beats
03- Reason Is Treason
04- ID
05- Orange
06- LSF (Lost Souls Forever)
07- Running Battle
08- Test Transmission
09- Pinch Roller
10- Cutt Off
11- Butcher Blues
12- Ovary Stripe
13- U-Boat

link: http://hotfile.com/dl/113796604/413894b/2004Ksbn-Ksbn.rar.html


domingo, 14 de agosto de 2011

China - Simulacro [2007]

Simulacro: imagem, cópia ou reprodução imperfeita. Imperfeito, essa seria uma boa caracterização dos discos pernambucanos antes e até durante o movimento manguebeat em meados da década de 90.

Com o tempo, a imagem pernambucana, aliada a caboclo-de-lança e maracatu, prejudicou bastante qualquer conceito que fosse além dessa mero estereótipo. Praticamente, ando dizendo que o que não soasse como Nação Zumbi, era afastado dos nossos próprios ouvidos, principalmente diante de alguma cena de Recife. Essa auto-censura e medo do novo e das derivações são limitadores comuns em uma cultura tão enraizada, mas, que sempre é nociva quando se interpretada radicalmente.

Só com os anos 2000, que o rock pernambucano começou a aceitar a idéia que não deveria beber de sua própria fonte, e ir, calmamente, buscar novos ares, miscelando com sua própria música, criando um ambiente mais rico e poderoso. China é um filho dessa nova geração. Vocalista do Sheik Tosado, banda nascida em 1996, com o intuitou de juntar o maracatu e frevo com o hardcore.

Idéia já inovadora, diante do panorama que eu citei acima, mas, na prática, era um monte de garoto que achava que berrar o tempo todo era uma coisa bonita. Às vezes sim, constantemente não. A banda durou até 2001, quando encerrou as atividades, deixando como espólio um único álbum, o Som de Caráter Urbano e de Salão.

Em seguida, para continuar como músico, o Chinaman necessitava de se entregar as suas próprias composições e procurar uma nova rapaziada. Difícil é a vida de um músico que não tenha uma formação com algum instrumento, daquele compositor que não tem enraizada a criação da música e sim, uma base linguística. Gente como Arnaldo Antunes e o próprio China, superam suas próprias debilidades porque são muito bons, e fazem amigos pra caramba. Conseguem de sua própria falta, achar os subterfúgio para nascer seus próprios projetos.

É nessa esteira, que China lança o primeiro EP sozinho, Um Só, em 2007, e parte para a gravação de seu próprio disco com uma turma da pesada: Chiquinho, os irmãos Machado e Felipe S. (Mombojó), Rafael B. (Bomsucesso) e Pupillo (Nação Zumbi). Com uma galera dessa de apoio, difícilmente apareceria um disco débil.

Simulacro se torna não um disco de autoria do próprio China, mas, uma reunião do que melhor foi produzido pelo espólio da Nação Zumbi, com uma nova vertente diferente e voluntariamente conduzida a mostrar uma nova faceta do rock pernambucano.

Aqui, há espaço para um cuidado maior, um olhar mais dedicado para produção de disco que era pouco explorada por essas terras. A influência de Roberto Carlos, de Chico Buarque e de gente do interior, como Otto, transforma o antes berrante China, em um letrista e cantor de voz baixa e suave aliada a guitarras rítmicas e programações eletrônicas.

Esse, é o novo rock pernambucano.

01- Um Dia Lindo de Morrer
02- Jardim de Inverno
03- Sem Paz
04- Asas no Pés
05- Câncer
06- Colocando Sal nas Feridas
07- Durmo Acordo
08- Canção que Não Morre no Ar
09- As Ondas Não Chegam nos Pés
10- Pastiche

Link: http://www.4shared.com/file/AcCVOBh5/China_-_Simulacro.htm


sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Arctic Monkeys - Whatever People Say I Am, That´s What I Am Not [2006]

Você aí, cheio de espinhas na cara, ainda com a calça do colégio, depois de acabar de chegar de uma aula super chata de biologia, deve tá louco pra que dê 16h e você possa deixar esses livros de química de lado e ir pra aula de música, né não?

Pegar tua Tagima, polir ela direitinho, colocar na mochila e sair sorridente esperando conseguir completar algum solo do Ironmaiden descentemente. É assim, com pirralhos de 16 anos, que boas bandas nascem. O caminho, todo mundo sabe como é. É preciso muita fé, força, dinheiro, talento (ou nem tanto assim) e boa vontade.

O primeiro passo é arrumar amigos que tenham uma mera noção de algum instrumento, e conseguir um lugar pra que suas versões miseráveis de 'Sweet Child´o Mine' não fazerem sua mãe ser levada a delegacia por pertubação do silêncio alheio. Daí, com alguns showzinhos no colégio e na cidade, algum empresário bem-aventurado (ou nem tanto assim) gostará do material e lhe convidará para algumas sessões, que podem, depois de anos de luta árdua, virar um contrato com alguma gravadora de segunda.

Era pelo menos assim, até uns 10 anos atrás. A primeira banda a quebrar essa sequência tradicional e pé-no-saco foi o Arctic Monkeys. Esses carinhas ingleses ocasionaram um fenômeno. O 'fenômeno dos macacos árticos', até hoje denominado por mim, nasce quando uma banda consegue com muito pouco tempo junto disponibilizar seu material em redes como o myspace, a trama ou o orkut. Pessoas pouco a pouco começam a conhecer, da Inglaterra a Pernambuco, e essa mesma banda consegue com pouco esforço chegar aos ouvidos de alguma gravadora.

Não há captação de talentos, como antigamente, há oferecimento de talento. O que distorce totalmente a indústria musical, como era conhecida. Tornando esses montantes de lojas de cds totalmente inúteis para o grande público em geral. Foi assim que essa turma inglesa surgiu, e muitos apareceram logo após. Formados em Sheffield, Inglaterra, uma cidade com meio milhão de habitantes, belíssimamente encravada no meio de 7 colinas, os macacos árticos ganharam mundo. A história, clichê: em 2001, Alex Turner e Jamie Cook eram vizinhos que gostavam de rock de qualidade, passando a tocarem juntos. Na mesma escola, chamaram Andy Nicholson e Matt Helders, para formarem um quarteto.

No começo, eram apenas covers do Led Zeppellin, mas, quando Alex começou a se sentir confortável liderando a banda, vieram as primeiras composições. Em 2003, a banda começava suas próprias gravações demo, e a distribuir pela internet. Uma idéia genial, que os colocou na mira da BBC e de Mark Bull, um fotógrafo, que ao ouvir 'Fake Tales Of San Francisco', produziu o primeiro clipe da banda.

Em 2005, surgiu o primeiro EP, Five Minutes With Arctic Monkeys, que colocou os dois singles no topo do Reino Unido. No ano seguinte, a assinatura com a Domino, rendeu esse primeiro disco, Whatever People Say I Am, That´s What I Am Not. Alex é extremamente talentoso escrevendo, e a guitarra base de Jamie permeia todos os seus versos, uma combinação que há muito não aparecia com tanta força na música inglesa, se me permitem, tirem as crianças da sala pra ouvir isso. É do caralho.

Logo na segunda faixa, a ultra dançante 'I Bet You Look Good On The Dancefloor', te joga para a balada 'Riot Van', enquanto 'When The Sun Goes Down' mescla a melancolia de uma decepção amorosa, para um refrão de libertação. Com a cereja do bolo, todo o amor de 'A Certain Romance'. Bonito como poesia, é essa estréia ártica. 360.000 mil discos em uma semana, nada mal, han? Um dos melhores discos que já ouvi nesses 22 aninhos de existência. Enquanto tua vizinha aí escuta Aviões do Forró ou Luan Santana, abra bens as janelas, coloque o som no último volume, e aperte play em 'I Bet You Look Good On The Dancefloor.' Posso garantir a paz que passa a residir em você.

01- The View Of Afternoon
02- I Bet That You Look Good On The Dancefloor
03- Fake Tales Of San Francisco
04- Dancing Shoes
05- You Probably Couldn´t See For The Lights But You Were Staring Straight At Me
06- Still Take You Home
07- Riot Van
08- Red Lights Indicates Door Are Secured
09- Mardy Bum
10- Perhaps Vampires Is a Bit Strong But..
11- When The Sun Goes Down
12- From The Ritz Of the Rubble
13- A Certain Romance

Link: http://www.*4shared*.com/file/-eQMkZoY/Arctic_Monkeys_-_Whatever_Peop.htm