quarta-feira, 8 de junho de 2011

Franz Ferdinand - Franz Ferdinand [2004]

Creio eu, inocentemente, que por mais que o Brasil seja hoje considerado como um país em franco desenvolvimento econômico, a visão gringa sobre essa pátria amada ainda é constantemente cheia de estereótipos. Talvez, para alguns finlandeses em Helsinque, somos um povo que vive entre macacos, exportando bananas, bundas, jogadores de futebol e samba. Por alto, conhecem gente como Pelé ou Ayrton Senna. Por alto, eu disse.

Mas, não posso culpá-los, acho até engraçado essa necessidade que no século XXI todos têm de estarem interligados o tempo todo com todas as nuâncias do globo, bradando comentários 100% pertinentes e politicamente corretos. É um puta pé no saco. Pois bem, tanto perdôo (é, com circunflexo mesmo, foda-se nova reforma) os finlandeses, que espero que os escoceses também me desculpem.

Sei muito pouco sobre esse território britânico, minha visão estereotipada considera que lá todos os homens usam saias, boinas, bradando por aí sua gaita de foles ao redor do Lago Ness. Talvez, por estupidez minha, só conheça três escoceses relevantes: Jack Stewart, David Coulthard e Paul Di Resta. Mas, com o aparecimento do Franz Ferdinand pude começar a me gabar que conhecia um pouco além, ouvia rock escocês.

Franz Ferdinand, ou Francisco Ferdinando, naquela velha mania que temos de traduzir tudo, foi o arquiduque da Áustria-Hungria que em um belo passeio em Sarajevo em 1914, foi assassinado por um estudante sérvio magricela chamado Gravilo Princip, tornando essa morte o estopim para a Primeira Guerra Mundial. E a banda? Ah, a banda.

Nascida em Glasgow em 2002, Alex Kapranos e companhia queria reeditar um Talking Heads pós-anos 2000, com pitadas de art pop. O grupo praticamente surgiu dentro do círculo social da Escola de Belas Artes da capital escocesa, ou seja, era óbvio que a estética gráfica vinhesse à tona junto com a música. Esse disco me veio na cabeça, logo após o post sobre o The Who, talvez porque o Franz lembre muito os ingleses em seu começo de carreira, aquela velha idéia pretensiosa de aliar a arte moderna ao rock, e instituir de alguma forma um som blasé levando-se aquele mero underground a outro nível.

Intenções a parte, não nego que eles nesse disco de estréia em relação ao seu som, acertaram a mão. Há uma alternatividade imensa de compassos entre as faixas, de um lado a dançante e empolgante ‘Take Me Out’, do outro, uma monstruosa balada romântica em ‘Auf Achse’, segundo o próprio Kapranos: ‘Queremos fazer música para as garotas dançarem’. Nisso, realmente conseguiram.

Reconheço que é um disco que lhe deixa elétrico em várias situações, de um domingo chuvoso, a uma sábado de praia, a pulsação das faixas aliada ao sotaque britânico de Kapranos deu consistência a uma idéia que aparentemente poderia parecer muito esnobe pra dar certo. Lançado em 2004 e produzido na Suécia, Franz Ferdinand colocou de cara ‘Take Me Out’ no top 3 das paradas britânicas, nada mal, pra um arquiduque assassinado.

01- Jacqueline
02- Tell Her Tonight
03- Take Me Out
04- Matinee
05- Auf Achse
06- Cheating On You
07- This Fire
08- Darts Of Pleasure
09- Michael
10- Come On Home
11- 40 Ft

Link: http://www.*4shared.com*/file/GSNXaO74/Franz_Ferdinand__2004_.htm


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