sábado, 25 de junho de 2011

Roberto Carlos - Detalhes [1971]

Feriadão, vida tranquila em demasia. A minha relação com ídolos é interessante, costumo ter uma grande empatia pelo simples critério de indentificação. É, como uma votação de BBB, gosto de algo ou alguém em que possa me identificar. Se não me identifico, com certeza irá para um paredão. Nessa esteira a gama de heróis parece infindável, gosto do Nick Heidfeld pelo simples fato de ele, como eu, ser baixinho, barbudo e nunca ter vencido uma corrida de F1. Ou seja, parece que é uma estensão minha, lá na Renault, tentando mostrar que nós temos vez.

Dessa mesma forma, queria ser muito deles. E, com certeza, se vivesse na década de 60, queria ser Roberto Carlos. Roberto é um compositor sui generis, talvez, nunca mais o Brasil fabrique alguém com ele. Não falo nem em mídia, em impacto geral na música brasileira, mas, de puro refinamento como ele. Ele é um Chico sem samba, métrica e política, mas, com os mesmos sentimentos e carinho quando se trata dessa nobre arte de fazer música. Porque, afinal, não é isso que importa?

E é por aí que deriva a minha admiração. Assim como Roberto, sou um romântico em relação a vida. Mulheres, amigos, corridas de carro, futebol e música. Consigo trazer algum sentimento estreito em qualquer âmbito da minha vida, assim, faço que ela seja de alguma forma importante pra mim, não que melhor ou pior vivida que qualquer uma, mas, com uma tônica propriamente minha. Esse disco, traz mais ou menos isso. Os detalhes tão pequenos de nós dois que são coisas muito grandes pra esquecer.

Tudo seu, cara pálida, dura pra sempre, pois cada momento impregna nessa tua alma cambaliante. Tudo que te toca, também é tocado, se te causa dor ou prazer, também ressoa dor e prazer. E esse disco, essa relações de forças, que aparece por aqui. Em 1971 ele lançava essa pérola da discografia nacional, que venderia não menos que 1 milhão de cópias. É, 1 milhão. Em uma época que não se tinha os meios para publicidade e marketing como hoje, é disco pra cacete.

Aliado ao maestro americano Jimmy Wisner, Roberto escreve sobre amor, perda, religião e faz uma homenagem ao Caetano Veloso (que nunca vou perdoar por ter maculado 'Come As You Are'). Pelas palavras do próprio Caetano:

'Recebi Roberto na minha casa em Londres, quando estava exilado. A saudade do Brasil era enorme, ele pegou o violão e começou a tocar 'Nas Curvas da Estrada de Santos'. Chorei.'

Tudo que lhe toca, também é tocado. E essa é a grande virtude da música desse vovô, conseguir transparecer para milhões de brasileiros o que sente, indo além, fazendo todos sentirem o que sente. Uma façanha que nenhuma ligação estreita com Globo e Calcinha Preta pode fazer perder minha identificação.

*O vídeo nem é o Roberto, é uma versão de 'Traumas' feita pelo Amarante. Achei legal o bastante para substituir um Rei.

01- Detalhes
02- Como 2 e 2
03- A Namorada
04- Você Não Sabe o Que Vai Perder
05- Traumas
06- Eu Só Tenho Um Caminho
07- Todos Estão Surdos
08- Debaixo dos Caracóis dos Teus Cabelos
09- Se Eu Partir
10- I Love You
11- De Tanto Amor
12- Amada, Amante

Link: http://www.*4shared*.com/file/DN-6VRE4/1971_-_Roberto_Carlos.htm


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