Uma das bandas mais legais do Brasil acaba de lançar seu terceiro CD. E é claro, que eu tô falando da Volver. Não costumo postar novidades por aqui, assim, saídas do forno. Não consigo gostar instantaneamente de alguma coisa, leva tempo, degustação, pensamentos e reflexões. Mas, vamos abrir uma exceção.
Próxima Estação já tinha algumas músicas conhecidas pelos fãs da banda, desde o último ano, quando os pernambucanos já mostravam um pouco do novo disco nos shows. Entretanto, o disco começou a ser pensado já no final de 2010. Como novidade interessante, a banda assume uma postura muito mais profissional e totalmente radicalizada em São Paulo. Virou coisa de gente grande. Extremamente necessário quando se quer ganhar dinheiro. Mas, nem sempre isso quer dizer uma queda na qualidade do que se produz. Pelo contrário, agora a sonoridade parece diferente em alguns momentos. Sobre as espectativas, Bruno Souto revela:
“As expectativas são muito boas. Demoramos pra lançar por vários fatores, e muitos deles além de nossa vontade, mas estamos orgulhosos com o disco. Claro, tem várias coisas que eu mudaria nele, mas, normal. Disco não se termina, e sim, se abandona. Já estou pensando no próximo”.
O rocker sessentista do começo da banda divide lugar com baladas leves sobre amor e outros devaneios insertos com letras de grande carga reflexiva. Composições adultas, por assim dizer. Os temas, recorrentes ao dia a dia de qualquer humanóide, mantém a banda próxima daqueles de ouvidos apurados e são uma boa pedida nesse início de 2012. Além disso, a banda passa a ser um quinteto, com a adição do teclado de Missionário José e a cessão do baixo de Fernando Barreto à Augusto Passos.
Dentre as faixas, há o aparecimento da polêmica, desde sua concepção, "Mangue Beatle". Volver, popularmente conhecida como banda extraída do seio cultural de Recife, sempre esteve um pouco de lado do movimento manguebit da metade dos anos 90, fazendo com que essa extensão do trabalho de Science sempre fosse renegada, e deixada de lado a outros contemporâneos, como Mombojó.
Ademais, a influência dos caras é muito mais imperativa no que tange ao rock britânico e a Jovem Guarda Brasileira do que o disco Da Lama ao Caos, coisa que para uma cena cultural tão apeguada a seus referenciais, pareceu um crime. Assim, Bruno Souto destila acidez contra a necessidade do rótulo manguebit aos artistas locais, fazendo questão de afirmar que dessa lama, não faz parte.
Atitude interessante e condizente com a forma de como concebe a banda, benéfica até, que trará frutos em um lançamento nacional. As crianças cresceram, senhoras e senhores. Letras maduras e uma ótima produção. Orgulhosos, já pensam no futuro.
01 - Marizabel
02- Próxima Estação
03- A Dor que Goza
04- Simplesmente
05- Mallu
06- Mangue Beatle
07- Gente
08- Amargo
09- Saudades do Verão
10- Ana
11- Sincero
12- Próxima Estação (acústica)
Link: http://albumvirtual.trama.uol.com.br/album/1128131251 (o download pode ser feito pela Trama Virtual)
Que blog massa, TER IDEIA É TUDO HOJE. Ganhei muito lendo seu blog. Abraço
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