Nunca fui muito fã de compilações de sucessos, como discos Greatest Hits ou Best Of´s. Na verdade, são apenas aglomerados de singles feitos por gente desconhecida e de gosto duvidoso que é empurrado ‘guela à baixo’ dos fãs pelo mundo a fora. Também, por um motivo muito mais pessoal que qualquer coisa, é minha eterna admiração por aquilo que não demonstra muito interesse ou glamour, como torcer pela Hispania ou pela Minardi.
Aquela música lado-b, por muitas vezes esquecida, pode ser muito mais rica que um grande hit da banda executado nas rádios e ovacionado em todos os shows, por essas e outras, prefiro 'Half The World Away' do Oasis à 'Wonderwall'. Mas, com esse disco é diferente.
O Blur surgiu pra mim de forma quase indiscreta, invadindo meu imaginário impregnado por games e futebol ao inserir no Playstation 1, é, aquele, vocês que tem menos de 15 anos não devem conhece-lo mais, o CD de ‘Fifa 2002: World Cup’. Bastou o danado rodar, que 'Song 2' apareceu com força total, foi amor à primeira vista. Engraçado, que logo uma música que distorce um pouco da constância da banda, e parece mais um hardcore envenenado do que a sublime harmonia de Graham Coxon.
De qualquer forma, gostei. Apesar disso, passei um bom tempo sem nenhuma notícia daquela banda que me conquistou de forma invasiva e meteórica, os tempos eram outros, além de eu ser um fedelho, não havia banda larga. Encontrei esse Best Of meio empoeirado no centro da capital, e pensei: ‘a banda do jogo.’ É, era a banda do jogo, que me deixaria mais viciado que o próprio. Foi assim que a banda de Damon Albarn caiu na minha mão, nascida em Londres, em 1990, é considerada a mãe/pai do britpop. Em parte, concordo, sua importância na metade da década de 90 superava de lavada o Oasis, eterna rival.
Na verdade, sem o Blur, o Oasis talvez não tivesse nem nascido. Para os fãs da banda de Manchester, falar em Blur é falar no diabo. A coisa começou quando o Definitely Maybe foi lançado e assustou muita a gente, nascendo uma guerrinha na imprensa sobre: ‘Quem é melhor?’. Pois bem, tanto a EMI quanto a Flood adoraram a idéia e passaram a explorar o ‘conflito’ entre as duas bandas, quase um paredão do BBB. O cúmulo foi lançarem 'Country House', o novo single do Blur, no mesmo dia de 'Roll With It', o novo single do Oasis. O Blur levou a melhor, e o pau comeu.
Para mim, nunca ouve tamanha frescura. Contemplo as duas com a mesma intensidade, são duas pérolas do novo rock britânico e formaram parte da minha personalidade, que se já não era grande coisa, não passou a ser ridícula. Esse Best Of, lançado em 2000, comemora os até então completados 10 anos da banda, que não duraria muito, com a dissidência, já antiga, do guitarrista Graham Coxon com o resto da banda. Coxon, um refinado instrumentista, não admitia muito essa coisa da presença do eletrônico com o rap, que levou Albarn a se abraçar ao Gorillaz.
Enfim, por que esse disco é importante? Porque é uma rara coleção dos maiores singles de uma banda que já anda presente comigo a cerca de 9 anos, e 9 anos, é uns 40% da minha vida. Parabéns pro Blur, e parabéns, pra mim. Afinal, devo muito mais a eles, do que eles a mim.
Song 2
There's No Other Way
The Universal
Coffee & TV
Parklife
End of a Century
No Distance Left to Run
Tender
Girls & Boys
Charmless Man
She's So High
Country House
To the End
On Your Own
This Is a Low
For Tomorrow
Music Is My Radar (Inédita)
Link: http://www.*4shared*.com/file/R3_RWP-y/The_Best_of_Blur.htm
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