Antes tarde do que nunca, fecho esse especial de 3 partes sobre a Nação Zumbi. O final não é cheio de nenhuma revelação, descobrimento do assassino ou morte do mocinho, é apenas um relato de como um grupo superou a perda do seu maior integrante.
Acredito, talvez inocentemente, não amparado por nenhum credo ou religião, que a morte seja um subsídio a transformação. Seja ela do corpo ou da alma. Tanto para quem morre, quanto para quem continua vivendo.
A relação mais conflituosa que o ser humano pode contemplar durante a vida, se diz respeito ao seu próprio fim, e o fim daqueles que ele mais ama. Mais do que perder um integrante, com o acidente a Nação perdeu um amigo. E isso pode ser o fim, para várias bandas. Em uma situação como essa, um grupo tem poucas opções, ou continua, remendando a perda, por mais irreparável que seja, ou acabando. Para a sorte minha e de algumas dezenas de manguebeatianos, a Nação resolveu continuar.
Para os vocais, foi promovido Jorge Du Peixe que usualmente tocava alfaia, e a banda, com uma nova formação, derivou o seu som. Em 2002, o disco ‘Nação Zumbi’ surge e revitaliza o som da maior banda do rock pernambucano, nele estão presentes as duas músicas mais queridas por mim após a fase Science: ‘Blunt of Judah’, revelando a voz distorcida de Du Peixe e ‘Meu Maracatu Pesa uma Tonelada’, a união mais fortificada entre os riffs de guitarra de Lúcio Maia e a pegada do maracatu, um ícone e referencial, sem dúvida.
O disco mantém a necessidade de letras com cunho social, político e cultural, de uma forma forte e consolidada, com a presença cada vez maior do eletrônico, que despontaria de forma ainda mais essencial no seu último disco, ‘Bossa Nostra.’
Assim, continuou o seu caminho um ícone do rock dos anos 90, e sua importância atingiu o nível internacional, cabendo até apresentação no ‘Later With Jool´s Holand’, uma espécie de Sabadão Sertanejo da BBC, só que com os maiores nomes da música mundial, onde gente como Oasis e James Blunt são figurinhas carimbadas, um orgulho, para a Nova Roma de Bravos Guerreiros. Mais importante do que com a continuação das atividades, foi o legado que essa gigante do rock nacional deixará, sempre sendo lembrada com uns dos pilares da nova música pernambucana.
- "Blunt Of Judah"
- "Mormaço"
- "Propaganda"
- "Amnesia Express"
- "Meu Maracatu pesa Uma Tonelada"
- "Faz Tempo"
- "Prato de Flores"
- "Know Now"
- "Ogan Di Belê"
- "Caldo de Cana"
- "O Fogo Anda Comigo"
- "Tempo Amarelo"
Link: http://www.*4shared.com*/file/VTs2slEX/Nao_Zumbi_-_2002_-_Nao_Zumbi.htm
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